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Rebeldes retomam ofensiva em Aleppo a poucas horas de trégua

Pelo menos 12 civis foram mortos e 200 ficaram feridos nesta quinta nos bairros ocidentais de Aleppo, controlados pelo regime

Aleppo: após vários dias de calma, os combates foram retomados com força na zona oeste da segunda maior cidade da Síria (Hosam Katan / Reuters)

Aleppo: após vários dias de calma, os combates foram retomados com força na zona oeste da segunda maior cidade da Síria (Hosam Katan / Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de novembro de 2016 às 21h51.

Os rebeldes sírios retomaram nesta quinta-feira sua ofensiva em Aleppo para romper o cerco do regime, na véspera de um novo cessar-fogo "humanitário" de dez horas declarado por Moscou.

Pelo menos 12 civis foram mortos e 200 ficaram feridos nesta quinta nos bairros ocidentais de Aleppo, controlados pelo regime, por tiros e foguetes disparados pelos rebeldes, informou a agência oficial Sana.

Intensos combates ocorreram na periferia oeste, perto de uma grande academia militar localizada nas proximidades do bairro pró-governo de Halab al-Jadida.

Após vários dias de calma, os combates foram retomados com força na zona oeste da segunda maior cidade da Síria.

Grupos islamitas e extremistas lançaram em 28 de outubro uma ofensiva pelo oeste para tentar quebrar o cerco imposto pelas tropas do regime de Bashar al-Assad aos bairros controlados pela oposição na zona leste de Aleppo.

Mais de 250.000 pessoas vivem nestes bairros. Sitiados, não recebem ajuda humanitária desde julho e a comida já se faz escassa, segundo a ONU.

Em outra frente, a coalizão de rebeldes curdos e árabes denominada Forças Democráticas Sírias (FDS) anunciou uma ofensiva para expulsar o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) de seu bastião de Raqa, afirmando que a Turquia não fará parte da operação.

Vítimas civis

"Três carros-bomba explodiram no oeste de Aleppo no início da violenta ofensiva dos grupos rebeldes que tentam um novo avanço", indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Nos últimos dias, os rebeldes conseguiram entrar nos setores vizinhos de Minian e Dahiet al-Assad.

"Há combates pesados e fogo de artilharia, e os combates mais pesados ocorrem no bairro de Halab al-Jadida. Os combatentes lançaram seu ataque a partir de Minian e estão nas proximidades de Halab al-Jadida", explicou o OSDH, que disse que há quatro crianças entre os 12 civis mortos nesta quinta-feira.

Desde 28 de outubro, os disparos rebeldes contra distritos ocidentais mataram 65 civis, incluindo 23 crianças, de acordo com a ONG.

A televisão estatal acusou, por sua vez, os rebeldes de espalhar "gás tóxico" no bairro de Minian.

Governo e rebeldes querem controlar Aleppo, no norte da Síria, onde a guerra civil que começou em 2011 deixou mais de 300.000 mortos.

O regime lançou em 22 de setembro uma grande ofensiva para retomar a parte oriental da cidade, mas suas tropas não alcançaram o sucesso esperado, apesar do apoio da aviação russa e dos bombardeios que mataram mais de 500 pessoas, de acordo com a ONU, e que destruíram inúmeras infra-estruturas civis.

'Trégua humanitária'

Esta operação do exército sírio provocou muitas críticas da comunidade internacional.

Os países ocidentais denunciaram "crimes de guerra", forçando a Rússia a anunciar em 18 de outubro a cessação temporária dos bombardeios sobre os bairros da zona leste e uma trégua humanitária de três dias.

Apesar do fracasso desta primeira tentativa, Moscou anunciou uma nova "trégua humanitária" de 10 horas na sexta-feira e pediu aos "líderes de grupos armados" que "parem os combates e deixam Aleppo com as suas armas".

O ministério russo da Defesa e o Exército sírio informaram que a trégua deve começar às 09h00 local (05h00 Brasília) em Aleppo.

A ONU reagiu dizendo que "as operações humanitárias não podem ser subordinadas a iniciativas políticas ou militares".

O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que essa trégua "está longe de ser suficiente", porque "não dá tempo suficiente para evacuar os doentes e feridos graves, ou levar ajuda humanitária aos habitantes de Aleppo".

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