Porta-voz da delegação dos rebeldes, Taban Deng Gai, conversa com jornalistas durante as negociações com o governo do Sudão do Sul na Etiópia (Tiksa Negeri/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 17h56.
Adis-Abeba/Juba - Rebeldes sul-sudaneses rejeitaram nesta quarta-feira um plano do governo para acabar com uma disputa sobre prisioneiros e destravar as negociações de paz para cessar a violência que já matou pelo menos 1.000 pessoas no país mais jovem do mundo.
Três semanas de combates étnicos têm colocado as forças do governo do presidente Salva Kiir contra os rebeldes leais ao ex-vice-presidente Riek Machar e levaram a nação exportadora de petróleo para perto de uma guerra civil.
Ambos os lados se encontraram cara a cara pela primeira vez na terça-feira em Adis-Abeba na tentativa de chegar a um cessar-fogo, mas havia um novo obstáculo, depois que Kiir recusou uma demanda rebelde para libertar 11 detentos que foram presos no ano passado por uma suposta tentativa de golpe.
Nesta quarta-feira, o governo propôs mudar as negociações de paz para o complexo da Organização das Nações Unidas (ONU) em Juba, o que permitiria que os 11 detentos participassem das negociações durante o dia e voltassem para a cadeia à noite.
"Eles parecem ter rejeitado isso", disse o porta-voz presidencial do Sudão do Sul, Ateny Wek Ateny.
O chefe da delegação da oposição nas negociações em Adis-Abeba, Taban Deng Gai, disse que Juba não era um bom local. "Eu não acho que isso será aceito a partir deste lado porque Juba é uma grande prisão", disse ele.
É o pior confronto no Sudão do Sul desde que o país conquistou a independência do Sudão em 2011, num acordo de paz que acabou com uma das mais longas guerras civis da África. O conflito também tem deslocado mais de 200.000 pessoas e reduzido as exportações de petróleo.
Ambos os lados relataram nesta quarta-feira que houve combates em Bor, ao norte de Juba.