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Rebeldes negam que regime esteja retirando suas tropas

Segundo a oposição, hoje morreram pelo menos 23 pessoas devido à repressão

Tanto o regime sírio como o ELS têm até hoje para começar a aplicar o plano de paz e retirar as tropas das cidades (AFP)

Tanto o regime sírio como o ELS têm até hoje para começar a aplicar o plano de paz e retirar as tropas das cidades (AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2012 às 09h34.

Cairo - O "número dois" do Exército Livre Sírio (ELS), Malek Kurdi, negou nesta terça-feira em declarações à Agência Efe que o regime esteja retirando suas tropas e assegurou que a única ação empreendida foi mudar de lugar seus tanques em algumas cidades.

Segundo a oposição, hoje morreram pelo menos 23 pessoas devido à repressão, apesar de o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al-Moualem, ter afirmado em Moscou que Damasco já recuou tropas em algumas províncias, justo no dia em que expira o prazo para cumprir o plano de paz do enviado internacional Kofi Annan.

"O Exército nem recuou nem vai recuar suas tropas. Conhecemos suas mentiras à comunidade internacional e continua com seus massacres, detenções e ataques a cidades", denunciou Kurdi.

Mesmo assim, reconheceu que hoje as operações de combate lançadas pelos soldados governamentais são de menor escala, embora "haja algumas detenções e existam preparativos para uma ampla operação que pode acontecer em qualquer parte".

Na visão do militar desertor, o Exército de Bashar al Assad considera que agora o ELS está menos forte e por isso tentará lançar um ataque contra eles.

Segundo Kurdi, o ELS não realizou nenhuma operação hoje, "manteve a calma e só respondeu aos ataques do Exército sírio em Aleppo (norte), Hama (centro) e Deraa (sul)".

"As tropas de Bashar al Assad estão tentando invadir bairros de alguns povoados distantes e entraram em lugares onde há ativistas. O ELS só se defende e nunca desenvolveu uma operação que não fosse para defender o povo dos "shabiha" (atiradores) que assassinam cidadãos", indicou.

Os opositores Comitês de Coordenação Local denunciaram que pelo menos 23 pessoas morreram hoje, entre elas quatro mulheres e três crianças, durante bombardeios do regime contra os bairros de Jalidiya e Bayada, no bastião opositor de Homs, no centro do país, onde pelo menos 17 pessoas perderam a vida.

Os Comitês acrescentaram que as forças do regime irromperam na localidade de Sanamain, na província sulina de Deraa, onde prenderam dezenas de ativistas.

Nessa província, vários oficiais da brigada 33 do Exército desertaram hoje após um violento bombardeio contra a localidade de Mesamiya, apontou esse grupo.

Enquanto isso, o também opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos informou a morte de seis soldados em um ataque que teve como alvo as forças do regime entre os povoados de Mesada e Merqada, na província oriental de Hasaka.

As autoridades sírias por enquanto não confirmaram essas baixas.

O plano de paz de Annan estipula o fim da violência por parte de todos os envolvidos, a retirada das forças armadas das cidades e o restabelecimento da autoridade do Estado em todo o território.

Tanto o regime sírio como o ELS têm até hoje para começar a aplicar essa iniciativa e retirar as tropas das cidades, e até o dia 12 para pôr fim de forma definitiva às hostilidades.

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