Força policial somali prende membros suspeitos do grupo al Shabaab durante operação no distrito de Madina (Feisal Omar/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 08h32.
Mogadíscio - Militantes somalis ligados à Al Qaeda disseram nesta quarta-feira que condenaram um agente francês à morte depois de uma tentativa frustrada das forças francesas de resgatá-lo no fim de semana.
A Al Shabaab disse em comunicado que a decisão de matar Denis Allex, mantido refém na Somália desde 2009, foi unânime e ocorreu depois de três anos do que eles chamaram de "exaustivas tentativas de negociações" sobre sua libertação.
"Com a tentativa de resgate... a França assinou voluntariamente o mandado de morte de Allex", disseram os militantes em um comunicado enviado por email, que também foi publicado no Twitter oficial do grupo.
Os militantes impuseram uma resistência feroz quando comandos franceses voaram para o sul da Somália de helicóptero, protegidos pela escuridão na madrugada de sábado, para tentar libertar Allex. Mais tarde no mesmo dia, o governo francês afirmou acreditar que seu refém havia sido morto.
O ataque para libertar Allex coincidiu com o início dos ataques aéreos franceses contra rebeldes afiliados à Al Qaeda no Mali, na África Ocidental, embora o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, tenha afirmado que as duas operações militares não estavam relacionadas.
Na quarta-feira, o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas francesas, Edouard Guillard, disse à rádio Europe 1 não haver nada que sugerisse que Allex estivesse vivo desde a invasão.
"Acreditamos que é provável que ele esteja morto", informou Guillard.
Não ficou imediatamente claro se os rebeldes estavam dizendo que já haviam matado Allex.
"É o governo da França... que deve assumir a total responsabilidade pela morte de Allex", disse a Al Shabaab.
Allex foi um dos dois oficiais da agência de inteligência DGSE sequestrado pela Al Shabaab em Mogadíscio, em julho de 2009. Seu colega Marc Aubriere escapou um mês depois, mas Allex está preso desde então em condições que o governo francês afirmava serem "desumanas".