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Rebeldes iemenitas pedem ajuda para deter epidemia de cólera

Segundo novo balanço do Comitê Internacional da Cruz Vermelha divulgado nesta segunda, a epidemia causou 184 mortes desde 27 de abril

Paciente com cólera no Iêmen: o "ministro" da Saúde dos rebeldes afirmou que "a amplitude da doença supera a capacidade" dos serviços (Khaled Abdullah/Reuters)

Paciente com cólera no Iêmen: o "ministro" da Saúde dos rebeldes afirmou que "a amplitude da doença supera a capacidade" dos serviços (Khaled Abdullah/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de maio de 2017 às 16h42.

Os rebeldes xiitas do Iêmen declararam nesta segunda-feira estado de emergência por uma epidemia de cólera em Sanaa e pediram ajuda à comunidade internacional para enfrentar o problema.

Os casos de cólera registrados recentemente superam a "média habitual" e o sistema de saúde da capital é "incapaz de conter esta catástrofe", afirmou o departamento de Saúde da administração instaurada pelos rebeldes xiitas huthis que controlam a cidade.

Segundo um novo balanço do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) divulgado nesta segunda-feira, a epidemia causou 184 mortes desde 27 de abril, com 11.000 outros casos suspeitos assinalados no país.

O "ministro" da Saúde dos rebeldes, Hafid ben Salem Mohammed, afirmou que "a amplitude da doença supera a capacidade" dos serviços.

"Estamos enfrentando uma grave crise de cólera", declarou Dominik Stillhart, diretor de operações do CICV, no domingo em Sanaa, ao fim de uma missão no Iêmen.

A doença se propagou e o balanço tem aumentado rapidamente.

Antes do anúncio do estado de emergência, Amin Mohammed Jamaan, o prefeito de Sanaa nomeado pelos rebeldes, prometeu facilitar o trabalho das organizações internacionais no combate à doença.

"As autoridades de Sanaa fornecerão todas as facilidades, apoio e cooperação às organizações internacionais", afirmou Jamaan.

A guerra no Iêmen destruiu as infraestruturas de saúde do país mais pobre da península arábica.

O conflito envolve as forças leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, apoiado por uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, aliados ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh.

O diretor adjunto do hospital Sabin de Sanaa descreveu à AFP uma situação catastrófica em seu estabelecimento, que recebe a cada dia entre 150 e 200 doentes com sintomas de cólera, e muitos são hospitalizados.

"Colocamos quatro pacientes por leito e instalamos camas em barracas de campanha e debaixo das árvores do jardim", afirmou a fonte.

"Mas a chuva e o frio complicam as coisas", disse, antes de citar a falta de medicamentos e de funcionários.

Os opositores dos huthis, no entanto, acusam os rebeldes de dramatizar a situação para obter a suspensão do embargo sobre o aeroporto de Sanaa e evitar um ataque contra o porto de Hodeida, a principal porta de entrada para as importações iemenitas.

A coalizão árabe que luta contra os rebeldes xiitas, sob o comando da Arábia Saudita, impõe um embargo aéreo a Sanaa e ameaça assumir o controle do porto de Hodeida, alegando que os huthis utilizam estas infraestruturas para importar armas iranianas.

Vários organismos da ONU advertiram que uma operação contra o porto de Hodeida teria consequências devastadoras para o país no campo humanitário.

Quase 19 milhões de pessoas - praticamente 60% da população - vivem em situação de insegurança alimentar, indicou a ONU.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os combates deixaram mais de 8.000 mortos e mais de 44.500 feridos desde março de 2015.

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