Rebeldes xiitas fazem gestos de luta do lado de fora do palácio presidencial do Iêmen (Mohammed Huwais/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 13h44.
Sanaa - Os rebeldes xiitas que controlam a capital do Iêmen mantém agora o presidente como "prisioneiro" dentro de sua casa, afirmaram auxiliares da presidência nesta quarta-feira.
O presidente Abed Rabbo Mansour Hadi "não pode sair de sua casa", depois de os rebeldes houthis terem removido os guardas presidenciais da residência de Hadi e tê-los substituído por seus próprios combatentes nesta quarta-feira, afirmou um auxiliar.
Outro declarou que o país está num "ponto sem retorno". Hadi não pode renunciar ao cargo, já que os houthis ameaçaram processá-lo, declarou a fonte. Os dois auxiliares falaram em condição de anonimato.
O colapso dos poderes de Hadi tem raízes nas Forças Armadas do país, divididas entre o atual presidente e seu antecessor, o presidente deposto Ali Abdullah Saleh.
Saleh, retirado do poder após o levante de 2001, é acusado por muitos de ter orquestrado a tomada de Sanaa pelo Houthis. Críticos dizem também que os houthis têm o apoio do Irã, algo que eles negam.
Tirando proveito do caos, Saleh fez um raro pronunciamento público nesta quarta-feira, pedindo a Hadi que convoque eleições presidenciais antecipadas além de eleições parlamentares. Saleh também pediu o cancelamento das sanções impostas pelo Conselho de Segurança contra ele e contra dois líderes houthis no ano passado por terem "prejudicado" a transição.
Saleh recebeu imunidade judicial em 2012 em troca da renúncia ao poder, num acordo intermediado por países árabes do Golfo Pérsico e apoiado pelo Ocidente.
O primeiro-ministro Khaled Bahah saiu de sua casa nesta quarta-feira e foi para um "local seguro", informou o porta-voz da presidência Rageh Badi a um canal pago pan-árabe. Sua casa, que fica no interior do palácio presidencial, estava sitiada desde terça-feira pelos houthis. Fonte: Associated Press.