Mundo

Rebeldes houthis matam ex-presidente do Iêmen acusado de traição

Morte de Ali Abdullah Saleh acaba com a aliança que ajudou os rebeldes houthis, aliados do Irã, a tomarem o poder em 2014

Ali Abdullah Saleh: líder dos houthis afirmou que Saleh pagou o preço por sua "traição" (Khaled Abdullah/Reuters)

Ali Abdullah Saleh: líder dos houthis afirmou que Saleh pagou o preço por sua "traição" (Khaled Abdullah/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 06h52.

Sanaa - Rebeldes iemenitas mataram hoje o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que já foi aliado dos dissidentes, após dias de conflitos pelo controle da capital, Sanaa.

A morte de Saleh acaba com a aliança que ajudou os rebeldes houthis, aliados do Irã, a tomarem o poder em 2014, e dá apoio ao governo internacionalmente reconhecido do Iêmen e à coalizão apoiada pela Arábia Saudita na guerra.

Mas com as forças de Saleh em desarranjo, não ficou imediatamente claro se a coalizão saudita que luta contra os houthis será capaz de tirar proveito dos últimos acontecimentos.

Saleh governou o Iêmen por mais de trinta anos, até que a Primavera Árabe forçou sua renúncia, em 2012. Depois disso, ele se aliou aos houthis, na esperança de retornar ao poder. Isso ajudou o Iêmen a mergulhar numa guerra civil.

A morte do ex-presidente foi anunciada pelos houthis e confirmada por dois de seus sócios, além de uma autoridade do governo do Iêmen. As circunstâncias exatas de sua morte não estão claras: os houthis dizem que seus combatentes o assassinaram enquanto ele tentava fugir da capital para a sua cidade natal, Sanhan.

O líder dos houthis afirmou que Saleh pagou o preço por sua "traição", acusando-o de acabar com sua aliança para ficar do lado dos sauditas.

Imagens do corpo ensanguentado de Saleh com uma ferida exposta na cabeça circularam pela internet. O ex-presidente morto estava envolto por um cobertor, e aparecia sendo carregados por houthis que cantavam "Deus é grande", antes de jogar o corpo em uma caminhonete.

Os houthis e as forças leais a Saleh têm lutado em Sanaa desde o final da semana passada. Em resposta, a coalizão liderada pelos sauditas passou a apoiar Saleh, atingindo posições houthis com ataques aéreos, na esperança de que a aliança com o ex-presidente pudesse fornecer uma posição na capital para as forças do presidente Abed Rabbo Mansour Hadi.

Acompanhe tudo sobre:GovernoIêmenMortesPolítica

Mais de Mundo

Ex-presidente Cristina Kirchner deve ser presa por corrupção, decide Suprema Corte

Atirador em escola da Áustria morre após ataque, diz polícia

Trump diz que, se necessário, invocará Lei da Insurreição para conter protestos

700 fuzileiros navais chegam a Los Angeles após protestos contra políticas migratórias de Trump