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Rebeldes e tropas de Kadafi lutam por Trípoli

O líder do Conselho Nacional de Transição, Mustafah Abdelkhalil, anunciou o fim do regime, mas admitiu que alguns setores da capital ainda não estão sob controle

Dezenas de milhares de pessoas comemoram a tomada de Trípoli na "capital" rebelde, Benghazi (Gianluigi Guercia/AFP)

Dezenas de milhares de pessoas comemoram a tomada de Trípoli na "capital" rebelde, Benghazi (Gianluigi Guercia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2011 às 23h52.

Trípoli - Os rebeldes anunciaram nesta segunda-feira a queda do coronel Muammar Kadafi, após tomar a maior parte da capital líbia, mas as forças do regime ainda resistem em alguns bairros de Trípoli.

O líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafah Abdelkhalil, anunciou o fim do regime, mas admitiu que alguns setores da capital ainda não estão sob controle dos insurgentes, incluindo o bairro de Bab al-Aziziya, local do quartel-residência de Kadafi.

Os rebeldes anunciaram ainda, no domingo, a prisão de Seif Al Islam e de Mohamed Kadafi, dois filhos do líder líbio, mas a informação foi desmentida na madrugada desta terça-feira.

Seif Al Islam apareceu em Bab al-Aziziya para garantir aos jornalistas que Trípoli está "sob o controle" do regime, enquanto a "fuga" de Mohamed Kadafi foi admitida por um dirigente rebelde.

"Trípoli esta sob nosso controle. Todo mundo pode ficar tranquilo. Tudo está bem em Trípoli", disse Seif Al Islam aos jornalistas no quartel-residência em Bab al-Aziziya.

"O Ocidente dispõe de alta tecnologia e tem perturbado as telecomunicações e enviado mensagens ao povo" para informar a queda do regime. "Esta é uma guerra tecnológica e midiática para provocar caos e terror na Líbia", prosseguiu o filho de Kadafi.

Seif Al Islam afirmou ainda que as forças leais ao regime infligiram "elevadas perdas hoje (segunda-feira) aos rebeldes que assaltavam" a residência-quartel de Bab al-Aziziya.

Uma fonte diplomática que pediu anonimato afirmou que Kadafi ainda está no quartel-residência de Bab al-Aziziya.


Os rebeldes entraram em Trípoli na noite de sábado, e já controlam a Praça Verde - lugar simbólico no qual os partidários do regime costumavam se reunir - e a sede da televisão estatal, que não transmitiu sua programação diária, mas as forças leais a Kadafi ainda resistem em alguns bairros, incluindo Tajura, Suq-Joma e Fashlom.

Segundo o Centro de Imprensa dos rebeldes, reforços estão chegando a Trípoli por mar a partir da cidade de Misrata, 200 km a leste, para garantir a tomada da capital.

"Vários navios chegaram a nossa bem amada capital Trípoli a partir de Misrata, levando a bordo grande número de combatentes e munição", revelou o Centro de Imprensa do Conselho Militar de Misrata.

Um membro do Centro de Imprensa confirmou à chegada a Trípoli de "mais de 500 combatentes de Misrata por mar", que se somam aos 200 homens procedentes de Misrata que entraram em Trípoli por mar no domingo.

O presidente americano, Barack Obama, e membros da União Europeia já dão como certa a queda de Kadafi e prometeram ajudar o futuro governo líbio.

"O regime de Kadafi está chegando ao fim. O futuro da Líbia está nas mãos de seu povo", declarou Obama na ilha de Martha's Vineyard (Massachusetts, nordeste dos EUA), onde passa férias por alguns dias com a família.

O presidente destacou que Muamar Kadafi "ainda tem a possibilidade de impedir um novo banho de sangue, ao renunciar espontaneamente ao poder (...) e pedindo às forças que continuam a se enfrentar que deixem suas armas".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que o regime líbio está em "plena retirada" e que Kadafi deve abandonar qualquer esperança de permanecer no poder.

A China anunciou que respeita a decisão do povo líbio e espera que a estabilidade retorne rapidamente à Líbia.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, se declarou "totalmente solidário" com o governo rebelde na Líbia; e o Egito reconheceu o órgão político dos rebeldes como o governo legítimo líbio.

A queda de Trípoli ocorre mais de seis meses depois do início dos protestos populares contra Kadafi no contexto da "Primavera Árabe", que já derrubou os presidentes do Egito, Hosni Mubarak, e da Tunísia, Ben Ali.

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