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Rebeldes mostram força no Iêmen dois anos após intervenção árabe

Rebeldes huthis organizaram uma grande manifestação neste domingo em Sanaa e afirmam que pretendem resistir até o fim

Iêmen: grupo diz que irá resistir às forças da Arábia Saudita (Khaled Abdullah/Reuters)

Iêmen: grupo diz que irá resistir às forças da Arábia Saudita (Khaled Abdullah/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de março de 2017 às 11h02.

Dois anos depois da intervenção de uma coalizão militar árabe no Iêmen, os rebeldes huthis organizaram uma grande manifestação neste domingo em Sanaa e afirmam que pretendem resistir até o fim, em um momento de estagnação nos esforços de paz.

Os rebeldes xiitas huthis, que controlam a capital Sanaa e seus aliados, partidários do ex-presidente Ali Abdallah Saleh, demonstraram sua força com uma gigantesca manifestação, que teve como lema "Resistência à agressão".

Centenas de milhares de iemenitas compareceram à Praça Sabine, no centro de Sana, e gritaram frases hostis à Arábia Saudita, que lidera a coalizão árabe, e com a promessa de "resistir até o fim".

Simbolicamente, no sábado um tribunal rebelde condenou à morte o presidente iemenita Abd Rabbo Mansur Hadi por "alta traição".

Hadi, que passa a maior parte do tempo em Riad, foi considerado culpado de ter "usurpado o título de presidente depois do final de seu mandato", de ter "estimulado a agressão dirigida pela Arábia Saudita" e de ter "atentado contra a independência e a integridade territorial da República iemenita", escreveu a agência de notícias Saba, vinculada aos rebeldes.

Outros seis funcionários do governo Hadi foram condenados à mesma pena, indicou a agência Saba.

Em um discurso no sábado, o ex-presidente Saleh afirmou que os "iemenitas livres continuarão escolhendo a opção da resistência enquanto a coalizão, liderada pela Arábia Saudita continuar com a agressão a seu país e privilegiar a opção da guerra".

"Enquanto a agressão continuar, vamos prosseguir com a resistência", insistiu o líder rebelde Abdel Malek al-Huthi.

Ele disse que "o inimigo viveu a ilusão da vitória em uma semana ou um mês".

Do lado governamental, um editorial de uma agência de notícias pró-Hadi afirma que "a ascensão das milícias huthis escondia um plano iraniano", dirigido não apenas contra o Iêmen, mas também contra os países do Golfo.

O conflito no Iêmen começou após a insurreição contra Saleh em meio à Primavera Árabe em 2011.

Os huthis, que se consideram marginalizados, fruto da importante minoria zaidita (quase um terço da população), concentrados no norte, executaram um ofensiva em 2014 e conquistaram a capital Sanaa, entre outras regiões.

Em 26 de março de 2015, a Arábia Saudita e seus aliados iniciaram uma campanha de bombardeios aéreos contra os rebeldes. A intervenção permitiu que as forças pró-Hadi recuperassem cinco províncias do sul, mas o norte e Sanaa permanecem sob control dos huthis e seus aliados.

Dois anos depois da intervenção árabe, mais de 7.700 pessoas, em sua maioria civis, morreram e 40.000 ficaram feridas na guerra do Iêmen. O país sofre a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, que alerta sobretudo para o risco de fome.

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