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Rebeldes curdos matam 26 soldados turcos

A Turquia anunciou represália com bombardeiros aéreos e operações terrestres

Militares veteranos turcos protestam diante da residência do primeiro-ministro em Ancara após os ataques
 (Adem Altan/AFP)

Militares veteranos turcos protestam diante da residência do primeiro-ministro em Ancara após os ataques (Adem Altan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 09h59.

Ancara - Vinte e seis soldados turcos morreram em ataques de rebeldes curdos executados de maneira simultânea na madrugada desta quarta-feira contra postos militares na fronteira com o Iraque e o governo de Ancara já anunciou represálias, com bombardeios aéreos e operações terrestres.

Os ataques de vários grupos armados do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, ilegal) aconteceram em oito pontos das localidades de Cukurca e de Yüksekova, na província de Hakkari, onde ficam vários postos de fronteira da polícia turca.

Os combates prosseguiram durante várias horas e as Forças Armadas turcas executaram operações terrestres e aéreas para perseguir os criminosos.

Tropas entraram por dois pontos no Iraque para perseguir rebeldes curdos. As unidades de comando têm o tamanho de um batalhão, o que na Turquia compreende entre 600 e 1.000 soldados.

Um porta-voz do PKK no Iraque, Dozdar Hammo, declarou à AFP que unidades terrestres turcas tentavam cruzar a fronteira na região de Hakkari.

O coronel Hussein Tamer, comandante da força de proteção da fronteira iraquiana na província de Dohuk, afirmou não dispor de informações sobre a entrada de soldados turcos em território iraquiano.

A aviação turca bombardeou refúgios dos rebeldes curdos na região norte do Iraque, em particular na região de Qandil, principal base de retaguarda do PKK nas montanhas iraquianas.


Analistas destacaram que este o balanço dos ataques desta quarta-feira é o segundo mais grave para o Exército turco em apenas um dia desde que o PKK iniciou a luta armada pela independência, em 1984.

Em 1993, os rebeldes mataram 33 soldados desarmados durante uma operação de transferência.

O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan cancelou uma visita de três dias ao Cazaquistão que começaria nesta quarta-feira e convocou uma reunião com conselheiros, ministros e o diretor do serviço secreto (MIT).

O ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, adiou uma visita programada à Sérvia.

O comandante do Estado-Maior, general Necdet Ozel, e outras autoridades militares viajaram à região para fazer um balanço da situação, anunciou o presidente Abdullah Gül.

"Vamos lutar até o fim contra o terrorismo. A Turquia está decidida a acabar com o PKK", declarou, a respeito do movimento que alega lutar pelos direitos de 15 milhões de curdos da Turquia, mas que é considerado terrorista por diversos países.

"Nossa vingança será terrível, vamos responder a estas pessoas que nos fazem sofrer", completou.

Ancara acredita que 2.000 rebeldes do PKK estão entrincheirados no norte iraquiano e que a partir desta região eles entram no território iraquiano para executar ataques.

Depois de um período de calma, no último verão (hemisfério norte), o PKK intensificou consideravelmente os ataque e a Turquia ameaçou com uma intervenção militar contra os refúgios dos rebeldes no Curdistão iraquiano.

A aviação turca bombardeia de maneira regular os esconderijos do PKK nas montanhas iraquianas. O Parlamento acaba de renovar a autorização ao governo para efetuar operações no Iraque contra os rebeldes.

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