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Rebeldes afirmam que crise na Líbia já deixou 10 mil mortos

Líderes da oposição no país divulgaram também que cerca de 55 mil pessoas estão feridas com o conflito

O presidente do Conselho Nacional de Transição Líbio, Mustafa Abdul Jalil (Giorgio Cosulich/Getty Images)

O presidente do Conselho Nacional de Transição Líbio, Mustafa Abdul Jalil (Giorgio Cosulich/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2011 às 07h42.

Roma - Cerca de 10 mil pessoas morreram e entre 50 mil e 55 mil ficaram feridas no conflito líbio, disse nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini.

Frattini afirmou que os dados foram divulgados pelo presidente do Conselho Nacional de Transição líbio (CNT), Mustafa Abdul Jalil, com quem se reuniu em Roma nesta terça.

Em coletiva à imprensa após o encontro, Frattini garantiram ainda que, no caso de suas vidas correrem perigo, também ajudariam os seguidores do líder líbio, Muammar Kadafi, assim como estão fazendo com os rebeldes.

Chefe da diplomacia italiana convidou ao CNT à reunião do Grupo de Contato sobre a Líbia que será realizada em Roma em 2 de maio e na qual serão abordadas questões como as ajudas à defesa do povo líbio e à venda do petróleo extraído nas zonas do país sob controle dos rebeldes.

"Estamos trabalhando para determinar instrumentos legais internacionais que permitam a venda de produtos petrolíferos produzidos na Cirenaica (região líbia do nordeste) a produtores, fornecedores e compradores internacionais", declarou Frattini à imprensa ao fim do encontro com Abdelyalil.

O ministro italiano defendeu o início de "instrumentos financeiros transparentes" para ajudar na recuperação econômica da população líbia.

O CNT garantiu que "todos os tratados serão respeitados", entre estes o tratado de amizade entre Itália e Líbia, assinado em 2008 e que "poderá ser retomado quando as condições em todo o território permitirem", segundo Frattini.

Neste sentido, o líder dos rebeldes, declarou que oferecerão sua "cooperação" em primeiro lugar à Itália, França e Catar, e depois a Grã-Bretanha, Estados Unidos e aos demais países que ajudaram até agora.

Com relação à defesa da população líbia, Abdel Jalil considerou que os ataques aéreos contra as tropas de Kadafi feitas pela coalizão aliada "não são suficientes" e "não protegem totalmente" o povo.

O ministro Frattini disse que a comunidade internacional tem de enfrentar de maneira conjunta a possibilidade de proporcionar armas ao povo líbio.

"A resolução 1973 da ONU não proíbe a ajuda em termos de autodefesa, mas como outros países têm opiniões distintas, é uma questão que temos de enfrentar", afirmou.

A Itália está disposta a oferecer "meios técnicos" aos rebeldes como equipamentos para as intercepções e radares, mas descarta participar com tropas em terra.

"Acreditamos que é preciso evitar", assinalou Frattini em relação ao possível desdobramento de tropas italianas em terra.

Frattini explicou que a Itália continua participando da operação militar na Líbia com seus meios navais, bases militares, aviões e proporcionando ajuda humanitária.

Além disso, apoiará o financiamento de bolsas de estudos a estudantes líbios no estrangeiro e a assistência médica a doentes e feridos da Líbia, com a possibilidade de reforçar a presença das equipes médicas no país norte-africano e de aumentar o número de doentes e feridos transferidos para hospitais italianos.

Além disso, durante a reunião, foi abordada a questão migratória e o CNT confirmou ao Governo italiano a "instituição de uma 'linha vermelha' contra os traficantes de seres humanos".

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