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Raúl Castro encabeça desfile militar pelos 50 anos de socialismo em Cuba

Raúl lidera ato na Praça da Revolução, onde se reuniram milhares de operários e combatentes veteranos

Raúl Castro acena em desfile pelos 50 anos do socialismo em Cuba (AFP)

Raúl Castro acena em desfile pelos 50 anos do socialismo em Cuba (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2011 às 16h11.

Havana - O presidente de Cuba, Raúl Castro, encabeçou neste sábado o desfile militar que comemorou os 50 anos da proclamação do socialismo e a vitória sobre a invasão da Baía dos Porcos, um evento realizado antes de um importante congresso do Partido Comunista cubano.

Usando seu uniforme de general e um chapéu de camponês, Raúl, acompanhado por figuras de proa do PCC e do governo, liderou o ato na Praça da Revolução, o qual participaram os mil delegados do congresso e milhares de operários, combatentes veteranos, crianças e jovens.

O desfile saudou, em ausência, o "Comandante-em-chefe da Revolução", Fidel Castro, de 84 anos, afastado do governo desde que ficou doente em julho de 2006 e cedeu o comando a seu irmão, Raúl, cinco anos mais novo.

Membros da Marinha participam do desfile em Havana (AFP)

Um tanque T-34 e um canhão autopropulsado SAU-100, usados por Fidel na batalha contra a invasão, abriram o desfile de soldados com baioneta, carros blindados, canhões e foguetes da era soviética modernizados pela indústria cubana para "enfrentar uma agressão imperialista", segundo foi explicado através de alto-falantes.

"Para o império, uma mensagem clara: os jovens não falharão porque a obra que construímos é de todos", afirmou, no único discurso do ator, uma líder universitária. Os jovens, símbolo da revolução, protagonizaram um desfile popular, agitaram bandeirolas cubanas e gritaram "Viva Fidel" e "Viva Raúl".

Depois da revista militar, de pouco mais de duas horas e a primeira realizada desde dezembro de 2006, será abrirá às 16h local (17h de Brasília) o congresso do PCC, convocado para aprovar uma mudança histórica do modelo econômico com a adoção das reformas anunciadas em 2010 por Raúl Castro e um rejuvenescimento da direção do Partido Comunista de Cuba (PCC).

Para realizar esta "atualização" do modelo cubano, calcado na URSS dos anos 70, o 6º congresso do PCC deverá oficialmente efetuar uma série de reformas econômicas lançadas em 2010 pelo governo.


Redução em cerca de 20% dos postos de trabalho no funcionalismo público, abertura para o setor privado de 178 pequenas empresas, criação de uma rede de cooperativas urbanas, maior autonomia das empresas estatais, descentralização do setor agroalimentar, abertura ao capital estrangeiro, redução dos subsídios e estabelecimento de um sistema fiscal.

A lista de reformas que devem salvar Cuba do naufrágio é longa, mantendo as conquistas sociais -educação e saúde gratuitas principalmente- e os fundamentos igualitários do sistema cubano.

A evolução se faz também entre duas culturas: a do Estado providencial que atende às necessidades de todos e a do trabalho e da iniciativa privada. Os milhares de cubanos que perdem seu trabalho no setor público são ainda estimulados a trabalhar por conta própria.

Entre os 1.000 delegados do Congresso predominam os analistas econômicos. Também será eleito um novo Comitê Central, que atualmente tem quase 100 membros, que deve renovar a cúpula: o Escritório Político (19) e o Secretariado (10).

O PCC, que tem 800.000 militantes, organizará a primeira Conferência Nacional no fim do ano para analisar a linha política.

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