Mundo

Raúl Castro completa 84 anos em meio a degelo com EUA

O presidente cubano faz aniversário em um momento marcado pelo degelo com o governo americano, um processo histórico que pôs a ilha no foco internacional


	O presidente cubano Raúl Castro: Raúl Castro chega aos 84 anos cumprindo o terceiro ano de seu último mandato presidencial
 (Federico Parra/AFP)

O presidente cubano Raúl Castro: Raúl Castro chega aos 84 anos cumprindo o terceiro ano de seu último mandato presidencial (Federico Parra/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2015 às 17h31.

Havana - O presidente de Cuba, Raúl Castro, completa netsa quarta-feira 84 anos em um momento marcado pelo degelo com os Estados Unidos, um histórico processo que pôs à ilha caribenha no foco da atenção internacional.

Nascido em 3 de junho de 1931 em Birán (Holguín, leste de Cuba), Raúl Castro chega aos 84 anos cumprindo o terceiro ano de seu último mandato presidencial (que deve terminar em 2018) e com um lugar garantido na história como o Castro que fez as pazes com os Estados Unidos, após mais de cinco décadas de inimizade.

O aniversário de Raúl não teve eco no âmbito público em Cuba, onde habitualmente os meios de comunicação, todos controlados pelo Estado, são discretos em torno da data, apesar de no Twitter alguns usuários mencionarem ontem o aniversário do presidente.

No último ano Raúl Castro foi o centro de atenção em duas datas: 17 de dezembro, quando anunciou o restabelecimento de relações diplomáticas com os EUA; e 11 de abril, quando teve uma histórica reunião com o presidente Barack Obama, durante a Cúpula das Américas, no Panamá.

A restauração das relações com os EUA se tornou um dos principais desafios de seu mandato, um processo que ele insiste em lembrar que será longo e complexo.

As expectativas agora estão postas na reabertura de embaixadas em Havana e em Washington, um marco que ainda não tem data definida para acontecer, mas que parece próximo após a confirmação, no final de maio, da saída de Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, um dos temas cruciais nas negociações.

O restabelecimento de laços diplomáticos fecharia a primeira fase da reconciliação entre Cuba e Estados Unidos, mas a normalização total de relações é um processo mais complexo, insistiu próprio Raúl, já que a ilha exige o fim do bloqueio e a devolução dos terrenos da base de Guantánamo.

O irmão caçula de Fidel também tem a ver com a aproximação da União Europeia (UE) com a ilha, uma negociação iniciada em 2014 e que busca um acordo de diálogo político e cooperação antes do fim deste ano.

Neste contexto, Raúl recebeu nos últimos meses um rastro de visitas oficiais de relevância, entre as que se destacam a do presidente da França, François Hollande; o primeiro chefe de Estado francês a visitar a ilha, em 11 de maio.

A agenda diplomática no exterior de Raúl também foi intensa ultimamente, já que em maio passado fez uma viagem por Argélia; Rússia, para assistir as celebrações do 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, onde se reuniu com Vladimir Putin; e ao Vaticano, para visitar o papa, que atuou como mediador na reconciliação com os EUA.

Raúl Castro, com fama de pragmático, assumiu o poder em Cuba em 2006, quando seu irmão Fidel ficou doente, e posteriormente foi ratificado presidente em 2008.

Desde então empreendeu na ilha uma série de reformas econômicas encaminhadas a "atualizar" o modelo socialista.

O eixo dessas reformas é a captação de investimento estrangeiro, para a qual impulsionou uma Lei de Investimento Estrangeiro e a Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM), projeto em construção de um porto mercante e um grande centro empresarial, que oferece condições fiscais e trabalhistas vantajosas para a instalação de empresas.

No plano econômico também busca a unificação monetária da ilha, onde há 20 anos circulam duas moedas: o peso cubano (CUP), com o qual a maior parte da população recebe seus salários e paga produtos e serviços básicos; e o peso conversível (CUC), utilizado principalmente nas relações turísticas.

Raúl Castro, que é o caçula dos filhos homens do galego Ángel Castro, seguiu desde a universidade os passos de seu irmão Fidel na preparação do movimento rebelde contra Fulgencio Batista e, após o triunfo da Revolução de 1959, teve um papel fundamental como "número dois" do governo e ministro das Forças Armadas Revolucionárias (FAZER).

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz