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Raúl Castro acusa grupos de quererem levar revoltas a Cuba

O governante comunista criticou "alguns pequenos grupos" opositores que esperam que "ocorra aqui algum dia o (que aconteceu) na Líbia"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2012 às 18h28.

Havana - O presidente cubano, Raúl Castro, acusou nesta quinta-feira "pequenos grupos" opositores de quererem provocar em Cuba o mesmo ocorrido em Líbia e Síria, ao comemorar o 59º aniversário da invasão ao Quartel de Moncada, em um ato na cidade de Guantánamo (leste), perto da base militar americana.

Na comemoração da primeira ação armada revolucionária, o presidente cubano convocou Washington a um diálogo "em igualdade de condições", um dia depois de os Estados Unidos terem exigido uma investigação "a fundo e transparente" da morte do opositor Oswaldo Payá em um acidente de carro no domingo passado.

O governante comunista criticou "alguns pequenos grupos" opositores que esperam que "ocorra aqui algum dia o (que aconteceu) na Líbia" ou "o que pretendem fazer como na Síria", em alusão às rebeliões e intervenções nestes países.

No entanto, Raúl não fez referência à morte do proeminente opositor Payá, que faleceu depois que o carro em que viajava bateu em uma árvore, segundo a versão oficial, que tem sido questionada por dois de seus filhos.

Em um improviso incomum, Raúl Castro reiterou uma proposta de diálogo com os Estados Unidos: "O dia em que quiserem, a mesa está pronta; já foi dito a eles pelos meios diplomáticos".

"Vamos discutir (as desavenças), vamos discutir tudo de Cuba, mas em igualdade de condições (...) Mas vamos discutir também os temas dos Estados Unidos e estamos iguais", afirmou.

Washington exigiu na quarta-feira uma investigação "a fundo e transparente" da morte de Payá, que faleceu no acidente ocorrido em uma estrada próxima a Bayamo (744 km a sudeste de Havana), segundo a versão oficial, mas seus filhos afirmam que o carro foi tirado da estrada por outro veículo.


"Para o interesse de todos, o governo cubano deveria fazer uma investigação aprofundada e transparente porque se deveria saber o que aconteceu", afirmou o vice-secretário de Assuntos Públicos do Departamento de Estado americano, Mike Hammer, ao responder a perguntas em espanhol de usuários do microblog Twitter.

Dois ativistas políticos estrangeiros que viajavam com Payá, um espanhol e um sueco, não falam publicamente sobre as circunstâncias do acidente, no qual também morreu o opositor cubano Harold Cepero Escalante, de 31 anos.

No carro viajavam o ativista democrata-cristão sueco Jens Aron Modig, que sofreu ferimentos leves, e o motorista, o ativista espanhol do Partido Popular (PP, direita) Ángel Carromero, detido logo após sair do hospital.

A promotoria cubana deve resolver nas próximas horas se apresenta acusações contra Carromero, de 27 anos, que permanece desde a segunda-feira em um centro de reclusão em Bayamo, disse uma fonte da embaixada espanhola.

Modig, também de 27 anos, permanece em um centro de imigrantes em Havana, informou em Estocolmo o Partido Democrata-Cristão, ao qual pertence.

"Não sabemos por enquanto quando Aron voltará para casa na Suécia, mas esperamos que seja o mais rápido possível", disse o secretário do braço juvenil dos democrata-cristãos suecos, Kalle Baeck, em uma declaração.

As autoridades cubanas não informaram sobre a situação legal dos dois ativistas europeus, que viajaram a Cuba com visto de turistas.

O ato político-cultural comemorativo da ocupação do Quartel Moncada começou pouco após o amanhecer em uma praça de Guantánamo, com a presença de milhares de pessoas.

"Este foi um ato exemplar, como deveriam ser todos os atos (...) e durou apenas 55 minutos", disse, sorridente, Raúl Castro, de 81 anos, vestindo uniforme de general.

Durante os 48 anos de governo de Fidel Castro, que passou o comando ao irmão, Raúl, em 2006 devido a problemas de saúde, estes atos duravam horas.

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