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Rajoy reivindica assento para Espanha no CS da ONU

''Já perdemos muitos anos'', é a frase do discurso de Rajoy previsto para última hora da jornada de hoje


	O discurso de Rajoy perante a Assembleia ressalta os argumentos pelos quais a Espanha pode ser membro não-permanente do Conselho de Segurança
 (Dani Pozo/AFP)

O discurso de Rajoy perante a Assembleia ressalta os argumentos pelos quais a Espanha pode ser membro não-permanente do Conselho de Segurança (Dani Pozo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 19h35.

Nova York - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, aproveitará sua estreia na Assembleia Geral da ONU para pedir ao Reino Unido um diálogo sobre Gibraltar e reivindicar a entrada da Espanha no Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biênio 2015-2016 por seu compromisso com esta instituição.

''Já perdemos muitos anos'', é a frase do discurso de Rajoy previsto para última hora da jornada de hoje, mas antecipado pelo Executivo, e no qual assegura que, ''embora possa parecer o contrário'', o mundo está melhor que há um ano.

Já houve referências a Gibraltar nos discursos de líderes espanhóis em outras sessões anuais da ONU, mas o de Rajoy mudou a linha marcada pelo Executivo de José Luis Rodríguez Zapatero e exigiu esse diálogo de forma bilateral com o Reino Unido, sem participação das autoridades de Peñón.

O grosso do discurso do presidente do governo espanhol perante a Assembleia ressalta os argumentos pelos quais considera que a Espanha pode ser membro não-permanente do Conselho de Segurança no período 2015-2016. Para tanto, terá que concorrer com Turquia e Nova Zelândia por duas vagas nesse organismo.

Rajoy promete trabalhar ''com um espírito aberto, construtivo e comprometido com a paz e segurança internacional, com a promoção e defesa dos direitos humanos, e com a busca de um desenvolvimento sustentável para todos''.

Está convencido que a Espanha pode seguir desempenhando no seio do Conselho de Segurança um papel ativo na busca de soluções conjuntas aos problemas comuns devido a sua trajetória e pelas iniciativas que liderou em favor da concórdia e do desenvolvimento sustentável.


Além disso, assegura que a Espanha seguirá contribuindo, dentro de suas possibilidades, às operações de manutenção da paz, tanto com a contribuição de tropas, como por meio da base das Nações Unidas para apoio às operações no terreno situada na cidade de Quart de Poblet, em Valência.

O fato de a Espanha ter sido o maior doador da ONU Mulheres em seu primeiro ano de trajetória e a apresentação na sexta-feira junto ao Marrocos de uma iniciativa para promover a mediação na bacia mediterrânea também pode contar como fator positivo neste caso.

Rajoy está convencido que o mundo está melhor que há um ano, e entre os exemplos que dará para escorar essa ideia está a vontade dos países árabes para consolidar sistemas democráticos.

Também alude à situação na Somália para apontar que, apesar das dificuldades, se avança rumo à normalização, e destaca as conquistas dos esforços humanitários na África que permitiram atender de forma mais rápida e eficiente as emergências alimentícias.

Porém, Rajoy, que também ressalta o protagonismo crescente da América Latina na cena internacional, reconhece que há questões pendentes.

Entre elas, a situação na Síria, perante a qual apela ao presidente deste país, Bashar al Assad, que assuma sua responsabilidade e abra passagem a um processo político que permita superar o conflito de forma pacífica.

Também lamenta que não tenha havido avanços no processo de paz do Oriente Médio, um conflito para o qual defende a existência de dois Estados, um israelense e outro palestino, que convivam em paz e segurança.

Convida por isso a comunidade internacional e, principalmente, os atores envolvidos, a adotar, com coragem, as decisões necessárias para alcançar essa paz global, justa e duradoura que responda aos legítimos anseios de ambos povos.


Rajoy apela ainda ao Irã para que despeje as dúvidas suscitadas pela Agência Internacional de Energia Atômica sobre seu programa de enriquecimento nuclear, e a Coreia do Norte para que ponha fim a todas suas atividades nucleares com fins militares.

Não falta uma alusão ao litígio do Saara Ocidental para defender uma solução aceitável para todas as partes que preveja a livre determinação do povo saaraui.

O líder espanhol também defende uma reforma da ONU em geral e de seu Conselho de Segurança em particular, que acredita que deve ser ''mais eficaz, inclusivo, representativo e responsável perante a Assembleia''.

Além de discursar na Assembleia, Rajoy aproveitou o dia de hoje para realizar várias reuniões bilaterais, entre elas uma com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e com o conselho editorial do jornal ''Wall Street Journal''.

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