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Quinze jornalistas estrangeiros são retidos em área de protestos em Xangai

Desde 20 de fevereiro, foram convocados pela internet protestos em todos os domingos para pedir mudanças políticas e melhorias sociais em algumas cidades chinesas

Na semana passada, vários jornalistas foram agredidos em Pequim na rua Wangfujing ao também tentarem cobrir os protestos (Daniel Berehulak/Getty Images)

Na semana passada, vários jornalistas foram agredidos em Pequim na rua Wangfujing ao também tentarem cobrir os protestos (Daniel Berehulak/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2011 às 09h56.

Xangai - Quinze jornalistas estrangeiros foram retidos neste domingo pela Polícia durante mais de duas horas nas imediações da Praça do Povo de Xangai, uma das áreas onde haviam sido convocados os chamados "protestos de jasmim" contra o Governo chinês.

Segundo relataram à Agência Efe os próprios repórteres, eles foram levados a dependências policiais onde foram informados de que não podiam trabalhar na área dos protestos sem permissão prévia. As autoridades também afirmaram que a medida de força não era uma detenção, mas apenas um "aviso".

Entre os retidos estavam jornalistas espanhóis, alemães e também japoneses, que foram libertados após serem advertidos a não voltar a tentar cobrir os "protestos de jasmim".

Desde 20 de fevereiro, foram convocados pela internet protestos em todos os domingos para pedir mudanças políticas e melhorias sociais em Xangai, Pequim e outras cidades chinesas, que por enquanto obtiveram poucas respostas do Governo, mas atraíram um enorme aparato policial.

Na semana passada, vários jornalistas foram agredidos em Pequim na rua Wangfujing ao também tentarem cobrir os protestos.

Dias depois, os jornalistas que haviam estado esse dia em Wangfujing, entre eles o da Agência Efe, foram solicitados a não voltar a tentar cobrir os possíveis protestos, sob ameaça de perder o visto de jornalista ou o credenciamento para trabalhar no país.

Os "protestos de jasmim", que tentam estender à China a onda revolucionária registrada em muitos países árabes, não pedem, segundo alguns de seus organizadores, o fim do regime comunista, mas exigem que se acabe com a corrupção estatal, a forte censura e a crescente desigualdade social.

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