Mundo

Questão Macro: virada de Biden pode levar a recontagem de votos

Em estados como Wisconsin e Michigan, se a diferença for menor de 1% abre a possibilidade para recontar os votos

O candidato democrata Joe Biden (Drew Angerer/Getty Images)

O candidato democrata Joe Biden (Drew Angerer/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 14h56.

Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 16h24.

A eleição presidencial dos Estados Unidos mudou muito ao longo da manhã desta quarta-feira, 4. Durante a madrugada, Donald Trump vencia em estados decisivos, como o Michigan, mas conforme mais votos foram contabilizados, a vantagem mudou para Joe Biden.

Assim que a virada foi confirmada, a cotação da moeda americana caiu frente ao real. “Começamos o dia com dólar mais alto e Trump eleito. Mas com o passar do tempo, houve uma mudança dos votos e o mercado refletiu o sentimento, pendendo a balança”, avalia o economia Álvaro Frasson, do BTG Digital.

Com 92% dos votos apurados, Joe Biden passou Donald Trump no estado do Michigan. Com votação apertada e uma diferença de mais de 32.000 votos, o democrata agora tem 49,5% e o republicano, 48,9%. Os dados são no The New York Times e atualizados às 14 horas (horário de Brasília).

E se ali ou no vizinho Wisconsin — que está com a balança pendendo para Biden —, a diferença continuar apertada, abre caminho para recontagem.

Para Maurício Moura, fundador do IDEIA Big Data, há um grande risco de judicialização da eleição dos Estados Unidos. Principalmente porque no começo da contagem, Trump era vencedor, e com a contabilização dos votos pelo correio, Biden virou.

“Ambos os lados já contrataram advogados para a batalha na Suprema Corte. No caso de Wisconsin, onde a votação está apertada, se a diferença for menor de 1%, há a possibilidade de pedir recontagem. Se houver recontagem no Wisconsin, será resolvido rápido, em três semanas. Se isso ocorrer na Pensilvânia, já é mais complexo”, diz Moura.

O economista Arthur Mota, da EXAME Research, destaca que é mais fácil para Biden atingir os 270 delegados mínimos para vencer a eleição, mas que seria fundamental passar este patamar e minimizar contestações.

Eleição do Congresso

Além de definir o próximo ocupante da Casa Branca, os Estados Unidos escolheram deputados e senadores de alguns estados. Atualmente a Câmara dos Deputados é controlada pelos democratas e o Senado pelos republicanos.

Maurício Moura acredita que algumas cadeiras em disputa só serão decididas em janeiro, como no estado da Geórgia. Na última contagem, ambos os partidos estão com 47 assentos do Senado. Na Câmara, o partido democrata perdeu espaço mas continua com maioria, por 195 a 185.

Esses e outros assuntos foram debatidos na tarde desta quarta-feira, 4, no programa semanal Questão Macro, apresentado pelos economistas Arthur Mota, da EXAME Research, e Álvaro Frasson, do BTG Digital. A conversa é mediada pela jornalista Fabiane Stefano, editora de macroeconomia da EXAME. Neste episódio contou com a presença de Maurício Moura, fundador do IDEIA Big Data.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:DólarDonald TrumpEleições americanasJoe Biden

Mais de Mundo

França estreia novo governo com giro à direita

Trump diz que é 'muito tarde' para outro debate com Harris nos EUA

Sri Lanka vota em primeiras presidenciais desde o colapso econômico

Milei viaja aos EUA para participar na Assembleia Geral da ONU pela 1ª vez