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“Quero mais bebês nos Estados Unidos”, diz vice-presidente J. D. Vance em marcha anti-aborto

Evento mobilizou líderes republicanos em Washington para defender que aborto seja “não só ilegal, mas impensável”

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 15h56.

Última atualização em 24 de janeiro de 2025 às 18h15.

Washington - Boa parte das principais lideranças do Partido Republicano estiveram em uma marcha contra o aborto nesta sexta, 24, em Washington. No evento, ativistas defenderam ainda mais restrições ao procedimento.

Entre os presentes, que fizeram discursos, estiveram o vice-presidente, J.D. Vance, o presidente da Câmara, Mike Johnson, o líder dos republicanos no Senado, John Tune, e o governador da Flórida, Ron DeSantis.

“Quero mais bebês nos Estados Unidos. Mais crianças felizes no nosso país. E homens e mulheres que queiram recebê-los”, disse Vance no palco.

Ele defendeu que o governo aumente a ajuda às as famílias com filhos. “Precisa ser mais fácil arrumar um emprego, ter uma casa”, disse. Ele criticou ainda as pessoas que não querem ter filhos por verem as crianças como obstáculo para o sucesso profissional ou a realização pessoal.

Vance disse ainda que Donald Trump é “o presidente mais pró vida e pró família em muito tempo”.

Os discursos foram feitos ao lado do obelisco de Washington, a algumas quadras da Casa Branca, ao ar livre. Havia revista feita pelo Serviço Secreto na entrada, e um vidro à prova de balas protegia o palco.

Discurso em vídeo

Trump não compareceu ao evento. Ele tirou o dia para viajar até a Carolina do Norte e a Califórnia e ir a locais atingidos por tragédias nas últimas semanas.

O presidente enviou um vídeo para a marcha, no qual destacou que ajudou a derrubar o direito ao aborto, ao apontar juízes conservadores para a Suprema Corte, em seu primeiro mandato.

“Fui o primeiro presidente a ir a marcha. Tenho orgulho de ter ajudado a derrubar Roe x Wade. Vamos proteger os direitos pro-vida em meu mandato contra os radicais de esquerda. Vamos ajudar ampliar a adoção e os orfanatos”, disse.

Trump defendeu na campanha que o aborto seja regulado pelos estados e não se comprometeu a adotar um veto nacional ao aborto, uma demanda dos ativistas conservadores.

Direito ao aborto nos EUA

O direito ao aborto nos EUA era garantido por uma decisão da Suprema Corte de 1973, que foi derrubada pela própria corte em 2022. Depois disso, cada estado tem autonomia para definir suas regras. Alguns deles adotaram medidas duras para proibir o aborto, enquanto outros permitem a prática.

Agora, os ativistas defendem ainda mais restrições. “Queremos que o aborto seja não apenas ilegal, mas inimaginável”, disse Jennie Bradley, presidente da March for Life, que organiza a marcha.

Na plateia, havia milhares de pessoas, que vieram em caravanas de várias partes do país. As viagens foram organizadas por igrejas, universidades e grupos anti-aborto.

Entre os cartazes, havia muitos pedidos para que seja proibido o aborto em todos os casos, inclusive de estupro, e que sejam retirados recursos da entidade Planned Parenthood, que apoia o uso de métodos contraceptivos e apoia mulheres em busca de aborto.

“Toda vida humana é valida, em qualquer circunstância. Estamos marchando por isso”, disse
Josiah Presley, que se define sobrevivente do aborto, pois sua mãe tentou encerrar a gravidez, achou que tinha conseguido, mas o feto continuou vivo e cresceu. Ao nascer, Josiah foi dado para adoção.

Após os discursos, a multidão iniciou uma marcha até o Congresso, sob frio de zero grau.

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