Forças milicianas do Quênia e da Somália fazem patrulha em Dhobley, no sul da Somália (Peter Martell/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2012 às 21h07.
Nairóbi - Um tribunal do Quênia ordenou a abertura de duas valas comuns encontradas no distrito do Delta do Rio Tana, onde nas semanas passadas houve enfrentamentos entre duas tribos da região que deixaram mais de 116 mortos e 12 mil deslocados, segundo a Cruz Vermelha do país.
A polícia suspeita de que se trate de valas secretas em que teriam sido enterrados mortos de ataques e represálias entre as etnias Pokomo e Orma, por isso ontem teve permissão para desenterrar as vítimas e investigar as circunstâncias de suas mortes, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
Segundo o jornal ''Daily Nation'', as fossas foram achadas no domingo passado por paramilitares perto da cidade de Ozi, no distrito do Delta do Rio Tana, no leste do Quênia.
As fossas estão nas proximidades da cidade de Kilelengwani, onde na semana passada morreram 38 pessoas em um ataque, entre elas, nove oficiais da polícia.
Por sua vez, o comissário da polícia do Quênia, Matthew Iteere, disse que as autoridades têm relatórios que indicam o desaparecimento de várias pessoas desde que começaram, há um mês, os ataques entre duas tribos, a Pokomo e a Orma.
O agente encarregado das operações da abertura da fossa, Anthony Kamitu, assegurou que as escavações começariam assim que os patologistas tivessem chegado ao lugar.
''Ninguém sabe quantas pessoas estão enterradas ali. Também queremos saber a natureza dos ferimentos que os levaram à morte'', detalhou Kamitu.
As fossas foram achadas no domingo passado enquanto oficiais da polícia rastreavam a área em busca de homens armados e se depararam com montes de terra visivelmente recentes.