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Quênia enterra seus mortos e espera respostas após ataque

O Quênia enterrou nesta quinta as vítimas do massacre do centro comercial Westgate de Nairóbi, sobre o qual ainda persistem muitas perguntas sem resposta

Cerimônia fúnebre de uma das vítimas do massacre do shopping Westgate: balanço aponta ao menos 61 civis mortos, além de seis membros das forças de segurança e cinco criminosos (Simon Maina/AFP)

Cerimônia fúnebre de uma das vítimas do massacre do shopping Westgate: balanço aponta ao menos 61 civis mortos, além de seis membros das forças de segurança e cinco criminosos (Simon Maina/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 10h46.

Nairóbi - O Quênia enterrou nesta quinta-feira as vítimas do massacre do centro comercial Westgate de Nairóbi, sobre o qual ainda persistem muitas perguntas sem resposta.

Familiares de luto compareceram aos funerais das vítimas, cujos corpos foram resgatados dos escombros do luxuoso shopping.

Em todo o país, as bandeiras estavam a meio mastro, no segundo dia de luto nacional dos três decretados pelo governo.

Além disso, foram instaladas várias células de apoio psicológico, em particular no necrotério principal de Nairóbi.

Mais de 2.000 pessoas foram prestar uma última homenagem a Ruhila Adatia, de 31 anos, uma popular apresentadora de televisão, grávida no momento de sua morte. Foi enterrada ao mesmo tempo que outra das vítimas, Shairoz Dossa, de 44 anos, mãe de três crianças e, como ela, de confissão ismaelita.

No Westgate, os socorristas e investigadores seguiam realizando no devastado edifício, de onde se elevavam pequenas colunas de fumaça.

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, anunciou na tarde desta terça-feira o fim do ataque de Westgate e um balanço dramático: ao menos 61 civis mortos, além de seis membros das forças de segurança e cinco criminosos. No total, 240 pessoas ficaram feridas e 11 detidas.

A polícia disse que o balanço era provisório. A Cruz Vermelha contou 71 desaparecidos, alguns dos quais, assim como membros do comando islamita, poderiam estar entre os escombros.

O ministro do Interior, Joseph Ole Lenku, quis tranquilizar a opinião pública e disse que "há um número pequeno de corpos" entre as ruínas enegrecidas pelas chamas.


No entanto, a imprensa e as redes sociais quenianas receberam com ceticismo estas declarações.

Para o jornal Daily Nation, "há um grande problema sobre o número de reféns que podem ter morrido nos tiroteios" entre os criminosos e forças de segurança, assim como "no desabamento dos andares" do centro comercial.

No Twitter, surgiam perguntas como: "Se há reféns que foram socorridos, onde estão?".

O líder do grupo islamita Shebaab que realizou o ataque, Ahmed Abdi Godan, declarou que o comando agiu em represália pela presença do exército queniano na Somália desde o fim de 2011, e contra "os ocidentais que apoiaram a invasão queniana" da Somália.

Os investigadores de vários países, entre eles Reino Unido, Estados Unidos, Israel, Alemanha e Canadá, assim como da Interpol, ajudam as autoridades quenianas na investigação que abriram.

Segundo o ministro do Interior, a investigação "durará ao menos uma semana". Além da identidade das vítimas, continua sendo controversa a identidade dos criminosos, já que algumas fontes se referem à presença de americanos ou britânicos entre eles.

A segurança foi reforçada nas principais cidades, nos aeroportos e nas fronteiras. Mas dois policiais e um civil morreram em dois incidentes separados no nordeste e na fronteira com a Somália.

Embora a classe política não pare de convocar a unidade, o ataque do Westgate poderia reativar as tensões étnico-religiosas entre cristãos majoritários e muçulmanos, em grande parte de origem somali.

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