Mundo

Quênia diz que EUA financiam ativistas para derrubar Governo

Embaixada americana qualificou de 'falsas' as acusações sobre a intenção dos EUA de 'desestabilizarem' o Executivo do presidente queniano


	Bandeira do Quênia: organismo de segurança no Quênia pediu a Ministério que convocasse oficiais de agência americana para informar 'sobre seus planos para derrubar o Governo mediante ativistas'
 (©AFP/Arquivo / Roberto Schmidt)

Bandeira do Quênia: organismo de segurança no Quênia pediu a Ministério que convocasse oficiais de agência americana para informar 'sobre seus planos para derrubar o Governo mediante ativistas' (©AFP/Arquivo / Roberto Schmidt)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 15h53.

Nairóbi - O Comitê Assessor de Segurança Nacional queniano (NSAC, em sua sigla em inglês) acusou os Estados Unidos de financiarem ativistas para tentar 'derrubar' o Governo do Quênia, com manifestações como a convocada nesta quinta-feira em Naoiróbi contra a corrupção.

A polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar os participantes da manifestação, enquanto a embaixada americana qualificava de 'falsas' as acusações sobre a intenção dos EUA de 'desestabilizarem' o Executivo do presidente queniano, Uhuru Kenyatta.

O máximo organismo de segurança no Quênia pediu ontem, quarta-feira, ao Ministério das Relações Exteriores que convocasse oficiais da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para informar 'sobre seus planos para derrubar o Governo mediante ativistas'.

'O NSAC está em posse de documentos de inteligência críveis e informação que detalham como o organismo doador dos EUA financiou sistematicamente manifestações de ativistas', diz a agência de segurança em uma declaração.

O organismo queniano sustenta que dois famosos ativistas quenianos, Boniface Mwangi e John Githongo, junto ao ex-reverendo Timothy Njoya, organizaram protestos financiados pela USAID.

'Os planos para desestabilizar o atual Governo não serão tolerados sob nenhum conceito, especialmente quando os ativistas são subornados para minar a reputação dos líderes do país em nível regional e internacional', acrescenta o texto.

'É de interesse nacional (...) que a USAID responda estes relatórios, de acordo com os protocolos internacionais que regulam a tolerância ou expulsão de agências que minam a soberania de um Governo legítimo e democrático e interferem nos assuntos internos dos países', acrescentou.


A agência queniana transferiu assim seu 'desagrado' pela 'notoriedade e a prepotência de diplomatas que não têm respeito pela liderança apropriada após as eleições gerais'.

Com relação a isso, o embaixador dos EUA em Nairóbi, Robert Godec, esclareceu em comunicado que as acusações do NSAC sobre os interesses da Administração americana em 'minar' ou 'desestabilizar' ao Governo do Quênia são 'falsas'.

'O Governo dos Estados Unidos é um parceiro forte e comprometido com o Governo do Quênia, como foi durante os últimos 50 anos', desde a independência do país africano, ressaltou o diplomata.

Tanto o Governo dos EUA como a USAID, continuou, 'conduzem suas atividades no Quênia de uma forma transparente. (..) Sempre compartilhamos informações sobre nossos programas com o Governo do Quênia e seguiremos fazendo', garantiu Godec.

A Polícia de Nairóbi lançou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que planejavam marchar desde o cêntrico parque Uhuru até a Assembleia Nacional (câmara Baixa) para protestar pelos casos de corrupção política, a pobreza e a insegurança no país.

Antes de sua saída, a polícia advertiu aos manifestantes que o protesto tinha sido proibido, informa o jornal local 'Standard'.

As autoridades policiais sustentam que proibiram o protesto, intitulado 'State of the Nation' ('Estado da Nação'), por razões de segurança e, fundamentalmente, por possíveis ameaças terroristas.

'Alguns terroristas poderiam se unir aos manifestantes e lançar uma granada', especificou o chefe de Polícia, Benson Kibue.

Uhuru Kenyatta é acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade e, por esta razão, não conta com a simpatia de diplomatas de países ocidentais como o Reino Unido, França ou EUA.

Kenyatta é acusado de participar da violência pós-eleitoral do final de 2007 e princípio de 2008, na qual morreram cerca de 1.300 pessoas no Quênia, país que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, evitou no ano passado durante sua viagem pela África, apesar dos vínculos que o unem, já que seu pai é queniano.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Países ricosPolítica no BrasilProtestosQuênia

Mais de Mundo

Califórnia promete intervir se Trump eliminar incentivos fiscais a veículos elétricos

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais