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Quem será o próximo papa? Veja os nomes mais citados, segundo especialista

Da África à Europa, esses cardeais despontam na disputa pela sucessão do Papa Francisco - mas o cenário ainda é incerto

Cenas do funeral do papa Francisco, no sábado, 26, no Vaticano (Andreas Solaro/AFP)

Cenas do funeral do papa Francisco, no sábado, 26, no Vaticano (Andreas Solaro/AFP)

Publicado em 26 de abril de 2025 às 07h30.

Última atualização em 26 de abril de 2025 às 10h29.

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A sucessão papal sempre desperta grande expectativa dentro e fora da Igreja Católica. Com a despedida do papa Francisco, neste sábado, 26, surgem especulações sobre quem será o próximo papa, que irá liderar milhares de católicos ao redor do mundo.

Segundo os rituais da Igreja Católica, a escolha do novo papa acontece entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice anterior, ou seja, o processo deverá acontecer até o dia 11 de maio.

Uma eleição papal envolve muitos fatores internos, como a percepção dos problemas que a Igreja enfrenta, o perfil de liderança necessário para o momento e as alianças formadas entre os cardeais, afirma Paulo Raphael Oliv. Andrade, professor de filosofia e teologia da PUC-SP.

"A escolha sempre leva em conta a necessidade de alguém que consiga dar soluções e impulsionar novas direções para a Igreja", afirma.

A seguir, os nomes mais mencionados nas análises recentes, segundo o professor da PUC-SP:

Três nomes da África

Apesar de a eleição de um papa africano ainda ser vista como difícil, três cardeais do continente aparecem em listas:

  • Fridolin Ambongo Besungu (Congo) – Tem perfil forte, mas enfrenta resistência.
  • Peter Turkson (Gana) – Já foi cotado em outros momentos, mas hoje, com quase 80 anos, seu nome perdeu força.
  • Robert Sarah (Guiné) – Nome conhecido, mas considerado mais conservador para o momento atual da Igreja, segundo Andrade.

Europa: forças tradicionais e novos rostos

  • Anders Arborelius (Suécia) – Primeiro cardeal sueco, mas sua eleição é improvável dado o pequeno número de católicos no país.
  • Péter Erdő (Hungria) – Um dos nomes mais fortes, com posições doutrinárias claras e experiência consolidada.
  • Gerhard Ludwig Müller (Alemanha) – Foi considerado forte, mas conflitos recentes podem prejudicar suas chances.
  • Pietro Parolin (Itália) – Secretário de Estado do Vaticano, especialista em diplomacia, mas sem experiência pastoral robusta, afirma Andrade. "É um nome falado, mas não é visto como o perfil ideal”.
  • Pierbattista Pizzaballa (Jerusalém) – Jovem para os padrões do Vaticano (60 anos), é visto como brilhante e conhecedor da realidade de perseguições religiosas.
  • Matteo Zuppi (Itália) – Presidente da Conferência Episcopal Italiana, visto como importante, mas, segundo o especialista, com pouco carisma para liderar a Igreja globalmente.
  • José Tolentino de Mendonça (Portugal) – Cardeal poeta e intelectual, com apenas 59 anos. Seu perfil mais artístico e acadêmico pode ser visto como falta de firmeza para liderar grandes reformas internas.

América - ala conservadora 

  • Raymond Burke (EUA) – Representa a ala conservadora, mas tem pouca força para ser eleito papa, segundo Andrade.

Ásia 

  • Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Muito comentado na mídia, mas, segundo Andrade, teve seu prestígio abalado após problemas administrativos que o afastaram das principais funções no Vaticano.

Um cenário incerto

Apesar dos nomes ventilados, o professor Andrade reforça que especulações têm sempre um caráter limitado. "Não estamos dentro do conclave. Só ali se percebe a dinâmica real: necessidades, alianças e reações ao ambiente da Igreja global."

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