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Quem segue sua consciência é perdoado, diz papa a descrentes

Segundo Francisco, "escutar e obedecer (à consciência) significa decidir perante o que se percebe como o bem ou como o mal"


	Papa Francisco: "chegou a hora de um diálogo aberto e sem preconceitos que abra novamente as portas para um encontro sério e fértil", disse
 (Tony Gentile/Reuters)

Papa Francisco: "chegou a hora de um diálogo aberto e sem preconceitos que abra novamente as portas para um encontro sério e fértil", disse (Tony Gentile/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 06h43.

Roma - O jornal italiano "La Repubblica" publicou nesta quarta-feira uma longa carta do papa Francisco na qual o pontífice se dirige aos não crentes e lhes garante que "Deus perdoa a quem obedece a sua própria consciência".

A carta de quatro páginas é uma resposta ao fundador do jornal, Eugenio Scalfari, que em vários artigos questionava o papa em nome dos que como ele "não acreditam e não buscam Deus".

"É preciso levar em conta que a misericórdia de Deus não tem limites se alguém se dirige a ele com o coração sincero e arrependido. A questão para quem não acredita em Deus é obedecer a sua própria consciência", respondeu assim Francisco à pergunta de Scalfari sobre se o deus dos cristãos perdoa a quem não acredita.

"Escutar e obedecer (à consciência) significa decidir perante o que se percebe como o bem ou como o mal".

Sobre o tema da fé e o laicismo proposto por Scalfari, o papa Francisco garantiu que "chegou a hora de um diálogo aberto e sem preconceitos que abra novamente as portas para um encontro sério e fértil".

O papa argentino respondeu outros temas apresentados por Scalfari como se "é pecado ou um erro" crer que não existe "um absoluto". Sobre isso afirmou que também não se pode falar de "verdade absoluta" para quem acredita, pois "a verdade, segundo a fé cristã, é o amor de Deus por nós em Jesus Cristo e, portanto, a verdade é uma relação".

"Cada um recebe a verdade e a expressa a partir de si mesmo, de sua história, de sua cultura e da situação onde vive", acrescentou.

A respeito do questionamento de que "com o desaparecimento do homem da terra", desaparecerá também o "pensamento em Deus", Francisco respondeu que "a grandeza do homem é poder pensar em Deus", mas que "Deus não depende de nosso pensamento". Quando terminar a vida do homem na terra, "o homem não terminará de existir e, de uma forma que não sabemos, também não deixará de existir o universo criado com ele".

O papa explicou que "sem a Igreja" nunca teria encontrado Jesus e acrescentou que "o imenso dom da fé está conservado em recipientes de argila da nossa humanidade".

Francisco terminou sua carta afirmando que "a Igreja, apesar de toda a lentidão, infidelidades, erros e pecados que pode ter cometido e que ainda pode cometer através daqueles que a compõem, não tem outro significado senão o de viver e dar testemunho de Jesus".

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