O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: republicano tem a oportunidade de assegurar mais um nome para a Suprema Corte (Leah Millis/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de julho de 2018 às 12h21.
Última atualização em 9 de julho de 2018 às 20h11.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está próximo de tomar uma decisão sobre a nomeação para a Suprema Corte que irá substituir o juiz Anthony Kennedy, que anunciou a sua aposentadoria no final de junho. Após esquentar o tema no Twitter durante o final de semana e mantendo o clima de suspense, o presidente dos EUA irá anunciar a sua escolha nesta segunda-feira, 9 de julho, às 22h (horário de Brasília).
I have long heard that the most important decision a U.S. President can make is the selection of a Supreme Court Justice - Will be announced tonight at 9:00 P.M.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 9, 2018
Uma pessoa próxima ao presidente disse que Trump ainda não comunicou uma escolha final. A fonte, que não estava autorizada a falar publicamente e falou sob condição de anonimato, disse que o presidente passou o fim de semana discutindo suas opções com os aliados, em meio a um frenético lobby de última hora.
Trump tem pressa em fazer a escolha: em novembro, eleições legislativas podem mudar o desenho do Congresso, hoje controlado pelos republicanos. Isso faria com que qualquer nomeação para a Suprema Corte pudesse ser barrada por uma possível maioria democrata no Senado, onde o placar já é apertado.
Para confirmar o nome, basta a maioria simples da casa, 51. No momento, no entanto, o Senado é composto por 51 republicanos e 49 democratas. Com a ausência do Senador John McCain, afastado para tratar de um câncer no cérebro, o número de conservadores é de 50.
Uma rejeição não seria inédita, como sabe bem o ex-presidente Obama. Em 2016, o Senado, já nas mãos dos republicanos, havia impedido o ex-presidente democrata de conseguir preencher a vaga após a morte do juiz conservador Antonin Scalia.
A escolha de Trump carrega um peso histórico e ideológico para a maior corte do país como poucas já feitas por outros ex-presidentes. O papel fundamental da Suprema Corte dos EUA é justamente o de interpretar e e decidir questões com base nas leis federais e na Constituição do país.
Agora, Trump poderá sedimentar uma maioria conservadora de juízes, 5 conservadores para 4 liberais, cujas decisões irão influenciar os rumos do país por anos a fio, mesmo depois do fim do seu governo. Da legalização do aborto, passando por direitos relacionados às armas de fogo, avanços para a comunidade LGBTI e discussões sobre liberdade religiosa.
Se o republicano desejava deixar uma marca na história, tal será reforçada por essa oportunidade, a segunda nomeação já feita por ele em menos de dois anos de gabinete. No ano passado, o presidente indicou o também juiz conservador Neil Gorsuch para assumir um assento, movimentando o fiel da balança para esse lado.
Os principais candidatos ao papel são os juízes federais Raymond Kethledge, Bret Kavanaugh, Amy Coney Barrett e Thomas Hardiman.
Kethledge, do Estado de Michigan, é juiz da Corte de Apelações do 6º Circuito, enquanto Kavanaugh é juiz da Corte de Apelações do Distrito de Columbia. Amy Coney Barrett, de Indiana, é juíza da Corte de Apelações do 7º Circuito, e Thomas Hardiman, que atua na Corte de Apelações do 3º Distrito, sediada na Filadélfia.
Os senadores republicanos Lindsey Graham e Roy Blunt dizem acreditar que qualquer um deles pode ser confirmado pelo Senado. Mas isso, é claro, se o Partido Republicano conseguir se manter unido o suficiente para assegurar os 51 votos.