Hábitos de consumo dos paulistanos geram uma pegada ecológica que é quase o dobro da média da população brasileira (Germano Lüders/EXAME.com)
Vanessa Barbosa
Publicado em 14 de junho de 2012 às 14h49.
São Paulo – Viver na capital de São Paulo não sai barato para o bolso de ninguém – e nem para a saúde do Planeta. A constatação é de um estudo divulgado pela WWF-Brasil na Rio+20, que mensurou a pegada ecológica dos paulistanos e dos paulistas.
O levantamento mostra que se os 7 bilhões de habitantes do mundo consumissem como os moradores da região metropolitana de São Paulo, com seus 38 municípios, precisaríamos de até duas Terras para nos saciar, ao passo que se seguíssemos o estilo de vida e padrões de consumo de um habitante da capital, a maior cidade da América Latina, seriam precisos quase 2,5 planetas por ano para atender à demanda.
A Pegada Ecológica é uma metodologia que avalia a pressão dos hábitos de consumo das populações humanas sobre o meio ambiente. Ela é expressa em hectares globais (gha) e permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta de suprir as demandas e se regenerar de forma sustentável - ou seja, sem que isso seja feito a custa do esgotamento dos recursos naturais.
De acordo com estudo, a pegada ecológica média do estado de São Paulo é de 3,52 hectares globais per capta (gha/cap) e da capital de 4,38 gha/cap. Mais, os hábitos de consumo dos paulistanos geram uma pegada ecológica que é quase o dobro da média da população brasileira, de 2,8.
Ela também é superior à pegada ecológica mundial, em média de 2,7 hectares – o que já excede em 50% a capacidade de regeneração do planeta: hoje, a humanidade já consome um planeta e meio por ano.
Alimentação é o tipo de consumo que mais pesa
O estudo também analisou a pegada por classes de consumo. O item que mais pesou nessa composição foi o de alimentos, responsável por quase metade da Pegada Ecológica do paulistano e por 38% da pegada do paulista. A dieta rica em carnes, especialmente as de origem bovinas, ajudam a elevar essa média.
Bens de consumo como vestuários, mobílias e artigos para o lar, livros, entre outros representam 20% da pegada ecológica do paulista e 21% da do paulistano. Já o transporte contribui com 14% da média na cidade de SP e 10% da região metropolitana. Trata-se afinal de uma classe de uso intenso de recursos (combustíveis) e que exigem áreas para absorção das emissões de gases de efeito estufa.
Serviços, por sua vez, corresponde a 6% da pegada ecológica do paulista e 5% da um paulistano em média – respectivamente, 46% e 58% maiores que a pegada ecológica em serviços do brasileiro médio.