Fundado em 1987, durante a primeira Intifada - ou revolta palestina -, o grupo tem uma mista atuação entre organização política social e força armada (SOPA Images/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 8 de outubro de 2023 às 10h18.
Última atualização em 10 de outubro de 2023 às 12h31.
Na manhã deste sábado, 7, Israel acordou sob ataque, já considerado um dos maiores dos últimos 50 anos. Mais de 5.000 foguetes foram disparados em direção ao seu território enquanto combatentes do grupo terrorista Hamas penetraram o país por terra e mar.
Os ataques matinais ocorreram em Simchat Torá, um feriado que ocorre no final do festival judaico de uma semana conhecido como Sucot, ou Festa dos Tabernáculos. Por trás da chamada “Operação Al-Aqsa Flood”, o maior o grupo armado palestino, o Hamas.
O Hamas é um acrônimo do que o grupo terrorista pretende ser, “um movimento de resistência islâmico”. Fundado em 1987, durante a primeira Intifada - ou revolta Palestina -, o grupo tem uma mista atuação entre organização política social e força armada.
Desde 2007, controla a região da Faixa de Gaza após vencer as eleições em 2006. Com o domínio, iniciou uma espécie de golpe de estado, expulsando políticos moderados da Faixa de Gaza. Nenhuma eleição foi realizada desde este ano.
Muitos países ocidentais consideram o Hamas como uma organização terrorista. Caso dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido e os países-membros da União Europeia. China, Rússia e Brasil, assim como Noruega e Suíça, que buscam ocupar espaço de mediadores nas negociações, evitam a denominação.
Politicamente, o grupo se mantém distante também do comando da Cisjordânia, outro enclave palestino no território tido como israelense. Na área, a liderança é do Al Fatah, grupo político que comanda a Autoridade Palestina, cujo presidente é o Mahmud Abbas.
Com uma bandeira de forte oposição à existência de Israel, uma postura que carrega desde a sua fundação, o grupo terrorista Hamas se mantém como o principal inimigo do país liderado por Benjamin Netanyahu. Nos últimos anos, os dois lados estiveram em confronto em 2008/2009, 2012 e 2014 e 2021.
Para manter a sua atuação, tanto militar como social na região da Faixa de Gaza, o Hamas conta com o apoio de países da região. Segundo informações, o Catar é o principal financiador, ao lado de aliados estrangeiros.
Conhecido por suas riquezas petrolíferas e minerais, o país da península arábica contribui pagando salários das organizações civis do Hamas, como escolas, orfanatos, restaurantes populares e clubes esportivos, de acordo com a publicação alemã DW.
No passado, outra importante base de suporte financeiro veio do Irã. Com as sanções econômicas que o país sofreu na última década, o fluxo de capital de diminuiu. Cerca de 25% do faturamento do grupo terrorista Hamas já teve como origem o país comandado pelo aiatolá Ali Khamenei.
O Irã é ainda um forte apoiador político das práticas do Hamas. No sábado, Rahim Safavi, conselheiro de Khamenei, parabenizou o grupo e disse que o Irã estará ao lado dos palestinos "até a libertação de Jerusalém".
Já o Catar pediu para que Israel e Hamas parem com a escalada do ataque, em comunicado. No texto, o governo catari responsabiliza Israel pelos ataques e cita “violações ao povo palestino”.
O grupo terrorista Hamas lançou a "Operação Al-Aqsa Flood" para defender a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, palco de tensões entre palestinos e israelenses.
Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia, apontam que o Hamas é uma organização terrorista.
Ismail Haniyeh lidera o Hamas desde 2017 e reside em Doha, Catar, desde 2020 devido às restrições de saída e entrada em Gaza, que enfrenta bloqueios em suas fronteiras tanto com Israel quanto com o Egito.
Na sua Carta de Princípios de 1988, o Hamas declarou que a Palestina é uma terra islâmica e não reconhece a existência do Estado de Israel.