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Quem é o grupo extremista que decapitou o refém canadense

Com uma história de 25 anos de violência, o grupo Abu Sayyaf é visto como organização terrorista e jurou lealdade ao Estado Islâmico

Reféns do grupo Abu Sayyaf: extremistas sequestraram John Ridsdel e mais três pessoas (outro canadense, um norueguês e uma filipina) em setembro de 2015 (Reprodução/Twitter)

Reféns do grupo Abu Sayyaf: extremistas sequestraram John Ridsdel e mais três pessoas (outro canadense, um norueguês e uma filipina) em setembro de 2015 (Reprodução/Twitter)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 26 de abril de 2016 às 18h06.

São Paulo – A execução brutal do canadense John Ridsdel, que foi decapitado no último final de semana pelo grupo extremista Abu Sayyaf nas Filipinas, chocou o mundo. Ridsdel, que tinha 68 anos, era ex-chefe de uma empresa de mineração.

A cabeça de Ridsdel foi encontrada dentro de um saco na ilha de Jolo, a mil quilômetros da capital Manila no início da última segunda-feira. A execução aconteceu depois de expirado o prazo dado pelo grupo para o pagamento de um resgate avaliado em 20 milhões de euros.

Ridsdel foi sequestrado em setembro de 2015 com outros dois estrangeiros, o também canadense Robert Hall e um norueguês, e uma mulher filipina. Os últimos seguem em poder dos terroristas. De acordo com o governo do Canadá, há operações para a libertação de Hall.

O que é e onde surgiu

O grupo Abu Sayyaf, termo em árabe que pode ser traduzido como “portador da espada” é um velho conhecido das Filipinas. Segundo o Council on Foreign Relations (CFR), organização que pesquisa temas geopolíticos globais, está em atividade desde 1990, quando se separou de um dos maiores movimentos separatistas islâmicos do país, a Frente Moro de Libertação Nacional.

Objetivo e onde atua

Seu objetivo é o de fundar um país para a população muçulmana das Filipinas, o maior país católico da Ásia. Seus principais focos de atuação são o arquipélago de Sulu, que fica na região sudoeste, e Mindanao, segunda maior ilha filipina e oitava maior do mundo em número de habitantes (cerca de 22 milhões).

Embora tenha sua atuação rechaçada pela maioria da população do país, incluindo os muçulmanos moderados, um estudo recente da Universidade de Stanford mostrou que o grupo conta o apoio de parcelas da comunidade filipina, especialmente em Mindanao.

Crimes

Abu Sayyaf está por trás de uma série de sequestros, bombardeios e outros crimes desde o seu surgimento nos anos 90. Em 2004, por exemplo, foi o responsável pelo maior ataque terrorista da história do país: uma explosão em uma embarcação que matou mais de cem pessoas.

Ligações com o terrorismo internacional

Assim como outras organizações terroristas, o grupo atua de forma descentralizada, em células, e seus principais fundadores foram treinados em países do Oriente Médio, como Líbia e Arábia Saudita.

Aos olhos dos Estados Unidos, que desde 2001 atua com o exército das Filipinas nos esforços para contenção do grupo, Abu Sayyaf é uma organização terrorista cujos laços já incluíram a rede Al Qaeda e os extremistas do Jemaah Islamiyah, da Indonésia. Em 2015, Abu Sayyaf jurou lealdade ao Estado Islâmico

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