Mike Pence e Donald Trump: governador de Indiana foi escolhido pelo empresário para ser o vice em sua chapa (Chip Sommedeville/Getty Images)
Gabriela Ruic
Publicado em 15 de julho de 2016 às 14h46.
Última atualização em 9 de novembro de 2016 às 13h16.
São Paulo – A corrida eleitoral nos Estados Unidos chegou ao fim na madrugada desta quarta-feira, 9 de novembro. O empresário republicano Donald Trump se consolidou como o presidente do país e ocupará o cargo ao lado de seu vice, Mike Pence.
I am pleased to announce that I have chosen Governor Mike Pence as my Vice Presidential running mate. News conference tomorrow at 11:00 A.M.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 15 de julho de 2016
Nascido em 1959 na cidade de Columbus, Indiana, Pence estudou Direito na Universidade de Indiana e é casado há 31 anos com Karen Pence, com quem tem três filhos. Ele é o 50º governador do estado, foi eleito em 2012 e assumiu o posto em 2013 com a promessa de cortar os impostos e impulsionar a geração de empregos no estado.
Embora tenha apoiado Ted Cruz durante as prévias, Pence nunca escondeu a sua admiração por Trump, como lembrou o jornal The New York Times (NYT). Antes de manifestar o seu apoio a Cruz, notou a publicação, o governador primeiro se manifestou sobre o empresário, cumprimentando-o por “dar voz às frustrações de milhões de trabalhadores americanos”.
Ainda assim, já criticou alguns dos posicionamentos mais polêmicos já ditos pelo empresário, principalmente quando o tema é política migratória. “Banir muçulmanos de entrarem nos Estados Unidos é ofensivo e inconstitucional”, disse ele em uma mensagem no Twitter.
Segundo o NYT, Pence é visto em Washington como um político robusto e previsível, mas capaz de carregar as bandeiras mais representativas da cultura conservadora. Como seu colega de chapa, coleciona frases e posicionamentos polêmicos.
Nos idos de 1998, quando o mundo já falava sobre as consequências malignas do cigarro para a saúde, Pence chamou os estudos de “histeria” e disse que “cigarros não matam”. Ainda de acordo com o NYT, ele se descreve como “cristão, conservador e republicano, nessa ordem. ”
Até 2007, explica o site Vox, ele não era visto como um republicano de carteirinha, mas isso mudou quando ele declarou guerra aos movimentos pró-aborto e chamou a atenção de seus colegas de partido ao tentar cortar o financiamento do governo à Planned Parenthood, organização que presta serviços em saúde reprodutiva em vários países.
No que diz respeito às liberdades civis, tentou aprovar uma lei que permitiria aos estabelecimentos de Indiana negar serviço aos membros da comunidade LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Simpatizantes). Acabou derrotado pelo lobby de grupos defensores desses direitos civis e grandes corporações.
Pence é, também, um negador das mudanças climáticas, assim como seu colega de chapa Trump. O governador já disse publicamente não acreditar que as ações do homem impactaram negativamente no meio ambiente e é também um defensor do criacionismo, teoria que prevê que a vida é uma criação divina.
Sua indicação, mostrou o jornal The Wall Street Journal (WSJ), foi recebida com furor pelos republicanos. Paul Ryan, um dos líderes do partido no congresso americano e opositor ferrenho da candidatura de Trump, aplaudiu a escolha e disse ser um grande fã de Pence. Outro membro do clube anti-Trump que também elogiou a escolha foi David McIntosh. “Será um excelente vice-presidente”, declarou.
Rumo à Casa Branca, a dupla Trump-Pence assume a liderança da maior potência do país no chamado "Dia da Inauguração", em 20 de janeiro de 2017.