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Queixas por filas e irregularidades marcam votação nos EUA

Grupos apartidários apontaram confusões sobre a solicitação de documentos de identidade na Pensilvânia, Estado onde o presidente Barack Obama é favorito


	Eleitor vota em Kieler, Wisconsin: em muitos Estados, as longas filas geraram temores de que alguns eleitores possam desistir de votar
 (Getty Images)

Eleitor vota em Kieler, Wisconsin: em muitos Estados, as longas filas geraram temores de que alguns eleitores possam desistir de votar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2012 às 21h00.

Washington - Queixas esporádicas sobre irregularidades eleitorais surgiram na terça-feira em vários lugares dos Estados Unidos, e em muitos Estados as longas filas introduzem uma nova complicação numa eleição presidencial que promete ser uma das mais acirradas da história.

Não está claro qual será o impacto das polêmicas - envolvendo desde a presença de observadores nas seções eleitorais até a instalação dos softwares nas máquinas de tabulação -sobre o resultado da votação.

Grupos apartidários apontaram confusões sobre a solicitação de documentos de identidade na Pensilvânia, Estado onde o presidente Barack Obama é favorito, mas que foi visitado várias vezes nos últimos dias pelo desafiante Mitt Romney.

"Mesários foram mal e equivocadamente treinados, e estão lá de pé ou sentados e exigindo que as pessoas mostrem identidade, e mandando para casa as pessoas que não têm carteira de identidade", disse Barbara Arnwine, diretora-executiva do Comitê de Advogados pelos Direitos Civis, durante entrevista coletiva em Washington. "O Estado da Pensilvânia deveria se envergonhar." No mês passado, um juiz da Pensilvânia proibiu que as autoridades exigissem a apresentação de documento com foto para votar, o que foi um revés para os republicanos.


Em 2011, dezenas de Estados com Assembleias Legislativas controladas por republicanos adotaram novas leis eleitorais que, segundo críticos, desestimulavam a participação de grupos minoritários. Tribunais anularam várias dessas leis, ou pelo menos adiaram sua implantação.

Zack Stalberg, presidente do Comitê dos Setenta, entidade de observação eleitoral de Filadélfia, disse que, entre centenas de ligações recebidas até agora pelo grupo, a maioria estava relacionada à "enorme confusão" com a solicitação de documentos.

Mas ele disse que uma pequena proporção - talvez dez por cento - era de eleitores que foram impedidos de votar ou que viram pessoas sendo barradas por falta de documento.

Os republicanos também tiveram queixas na Pensilvânia. O partido obteve uma liminar para permitir a participação de 75 funcionários eleitorais republicanos de Filadélfia que supostamente teriam sido proibidos de entrar nas seções eleitorais.

"Foi uma tentativa sem vergonha da campanha de Obama para suprimir nossos observadores eleitorais republicanos legalmente nomeados em Filadélfia, e eles (obamistas) foram apanhados", disse Rob Gleason, presidente estadual do Partido Republicano.

Em muitos Estados, as longas filas geraram temores de que alguns eleitores possam desistir de votar. Houve demora na Flórida, na Virgínia e em Ohio, três Estados com potencial para decidir a eleição. Nova Jersey e Nova York, Estados castigados pela tempestade Sandy na semana passada, também registraram lentidão na votação.

Ativistas disseram que as filas podem causar constrangimento internacional para os Estados Unidos. "Quando você olha as filas formadas em lugares como Ohio, elas são mais longas do que as filas em Bagdá e Cabul", disse Wade Henderson, presidente da Conferência de Liderança sobre Direitos Civis e Humanos.

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