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Queda do avião da Air Algérie deixa famílias dizimadas

Vítimas de acidente são de 15 nacionalidades diferentes, sendo 54 franceses e 23 burquinenses, além de libaneses, alemães e espanhóis

Cartaz da Air Algérie no Mali, que deixou um total de 118 vítimas entre trabalhadores humanitários (AFP)

Cartaz da Air Algérie no Mali, que deixou um total de 118 vítimas entre trabalhadores humanitários (AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 17h16.

Nantes - Eric e Estelle Reynaud, um casal de octogenários franceses, morreram com outros oito membros de sua família no trágico acidente da Air Algérie no Mali, que deixou um total de 118 vítimas entre trabalhadores humanitários, imigrantes e turistas.

"É uma notícia brutal. Tirou da face da terra toda uma família. É uma tragédia", lamentou Patrice Dunand, prefeito de Gex, cidade no leste da França onde Eric e Estelle moravam. Eram um casal considerado muito participativo na vida comunitária.

Os familiares das outras vítimas do acidente também ficaram devastados. Entre os mortos, de 15 nacionalidades diferentes, estão 54 franceses e 23 burquinenses, além de libaneses, alemães e espanhóis.

O aposentado Jean-Marie Rauzierm, 70 anos, participava de uma missão humanitária desde o dia 23 de maio em Koudougo, Burkina Fasso. Fazia parte de um projeto da associação francesa "Camélia Burkina", onde ajudava jovens em seus estudos.

Na região de Nantes (oeste da França), flores na porta de uma casa homenageavam a família Ouedraogo, de origem burquinense.

"Viajavam meu irmão, sua mulher e seus quatro filhos, e um sobrinho", explica Amadou Ouedraogo, que vive na mesma região. "Fizeram um esforço para que os filhos conhecessem suas raízes, e olha o que aconteceu."

"Era meu melhor amigo, meu irmão", destaca, emocionado, Jean-Jacques Dupré, farmacêutico de Guéret (sudoeste da França), sobre seu sócio Bertrand Gineste, 55 anos, que estava no voo com sua esposa Véronique e seus três filhos.

"Capital dos acidentes de avião"

Três famílias libanesas também foram dizimadas, quando regressavam ao seu país para celebrar o Aid el-Fitr, festa que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.

Monji al Hassan perdeu seu primo Radwan Jalil, que estava com a mulher e seus quatro filhos. "Viviam em Burkina Fasso, onde trabalhavam, como todos os libaneses que fogem das catástrofes do Líbano", explica Hassan.

A cidade de El-Kharayeb, próxima de Tiro (sul do Líbano), parece continuar com seu fatídico destino. "É a capital dos acidentes de avião", declara Ibtistisam, irmã de Bilal Dehaini, que morreu ao lado da mulher, alemã, e três filhos.

Quatorze moradores dessa cidade perderam a vida em um acidente de um Boeing 727 em dezembro de 2003, e outros quatro morreram na queda de um voo da Ethiopian Airlines em janeiro de 2010.

"É uma grande perda. Ainda não acreditamos", lamentou Ibtistisam.

Por toda parte, independente do país, a dor é a mesma.

"Estou destroçado", afirma Seydou Cissé, um malinês residente em Roubaix (norte da França), sobre a morte de seu amigo Bakary Diallo, de 35 anos, diretor de cinema do Mali. "Sua família está no Mali. Em Roubaix, eu sou sua família", explica Cissé.

"Fazíamos tudo juntos, sempre fizemos tudo juntos", recorda. "Estudamos na mesma escola no Mali...Viemos para aqui juntos", conclui.

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