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Queda de avião da Embraer mata 33 na Namíbia, um brasileiro

O avião, um Embraer 190, ficou totalmente carbonizado no norte da Namíbia, próximo à fronteira com Botswana, onde caía chuva forte


	Embraer 190: modelo do avião que caiu na Namíbia
 (Divulgação)

Embraer 190: modelo do avião que caiu na Namíbia (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2013 às 20h32.

Um avião Embraer 190 da LAM, a companhia nacional de Moçambique, caiu na Namíbia na sexta-feira matando as 33 pessoas que estavam a bordo, incluindo um cidadão brasileiro, informou a polícia neste sábado.

O Itamaraty confirmou que o acidente matou o brasileiro Sérgio Miguel Pereira Soveral.

Segundo a imprensa portuguesa, Sérgio Soveral era um empresário luso-brasileiro do ramo de transportes de mercadorias.

"Minha equipe encontrou o aparelho. Não há sobreviventes. O avião está carbonizado por completo", declarou à AFP o coordenador da polícia da região namíbia de Kavango (nordeste), Willie Bampton, depois de várias horas de busca em uma zona pouco povoada no parque nacional de Bwabwata.

Este é o mais grave acidente da história da aviação civil de Moçambique.

O voo TM 470 decolou na manhã de sexta-feira de Maputo com destino a Luanda levando 27 passageiros a bordo: dez moçambicanos, nove angolanos, cinco portugueses, um francês, um luso-brasileiro e um chinês, segundo comunicado da LAM.

A Embraer confirmou que o avião acidentado é um de seus modelos, o E190, e que enviará uma equipe técnica para colaborar na investigação das causas da queda.

"A Embraer lamenta profundamente confirmar o acidente (...) A companhia estende seu apoio à investigação das autoridades para descobrir a causa do acidente. Para esse fim, uma equipe de técnicos da Embraer se prepara para ir ao cenário do acidente", acrescentou.

Um E190 tem entre 98 e 114 lugares, segundo o site da empresa, mas o aparelho voava com um terço de sua capacidade.

"A única coisa que sabemos é que o avião foi adquirido recentemente pela LAM", disse o ministro dos Transportes de Moçambique, Gabriel Muthisse, assinalando que uma "comissão nacional ajudará nos trabalhos da equipe internacional enviada à Namíbia".

Segundo a LAM, o avião foi entregue à companhia aérea em novembro de 2012.

"Não temos qualquer informação sobre as circunstâncias do acidente e não podemos especular sobre suas causas", declarou a presidente da LAM, Marlene Manave, acrescentando que os dois pilotos eram "experientes" e que o avião era muito novo, com apenas 2.905 horas de voo.

O último contato estabelecido com os pilotos foi feito às 11H30 GMT (09H30 Brasília) de sexta-feira, quando o avião sobrevoava o norte da Namíbia, próximo à fronteira com Botswana, onde caia uma forte chuva.

A polícia da Namíbia enviou equipes de resgate após ser alertada pelas forças de Botswana. "Eles viram a fumaça no ar e pensaram que o acidente havia ocorrido em seu país", contou Bampton. "Mas ao chegarem à fronteira, perceberam que a fumaça estava na Namíbia".

O trabalho das equipes namíbias foram prejudicadas pelas fortes chuvas e pela vegetação fechada. Além disso, a ausência de estradas complicou o acesso ao local. O barulho das explosões pode ser ouvido pelos moradores de vilarejos nos arredores.

Segundo um técnico local de aviação, que pediu para não ser identificado, o aparelho teria caído por causa do mau tempo.

O acidente é o mais grave na história da aviação civil de Moçambique desde a misteriosa queda do avião do presidente Samora Machel, em 1986, na África do Sul, quando morreram 34 pessoas, em um provável atentado ligado às hostilidades que existiam com o regime racista do apartheid sul-africano.

Em 2011, a União Europeia proibiu a companhia aérea LAM de sobrevoar seu espaço aéreo, medida justificada pelas falhas na segurança aérea de Moçambique.

De acordo com comunicado divulgado pela chancelaria portuguesa, os serviços consulares já entraram em contato com as famílias de quatro dos cinco portugueses que viajavam a bordo do voo TM470.

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