Eleitores votam em Concord, New Hampshire, nesta terça, 23 (Timothy Clary/AFP)
Redação Exame
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 11h51.
Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 14h18.
Os EUA terão hoje sua segunda rodada de votações iniciais das eleições 2024. Eleitores dos partidos Democrata e Republicano vão às urnas para as primárias em New Hampshire.
Os locais de votação abrem cedo, entre 6 e 8h da manhã (8h e 10h em Brasília), e maioria dos locais fechará às 19h (21h em Brasília), sendo que alguns ficarão abertos até 20h.
As projeções de vitória devem ser feitas após às 20h (22h em Brasília), após o fechamento das urnas. A imprensa americana tem a tradição de projetar os resultados finais logo no início da apuração, com base em cálculos que misturam os primeiros resultados das urnas com pesquisas feitas com eleitores no dia da votação.
Os resultados do partido Democrata podem demorar um pouco mais, porque o nome de Joe Biden não foi incluído nas cédulas, mas pode ser escrito manualmente. Isso fará que a contagem precisará ser feita de modo manual.
O presidente Joe Biden é favorito para vencer a indicação democrata, mas ele não se inscreveu para as primárias de New Hampshire, o que gerou uma situação curiosa: ele pode ser votado, mas não é citado na cédula nem fez campanha lá.
Biden tentou convencer os democratas a mudar a longa de tradição de fazer a primeira primária em New Hampshire. Ele, que teve votações ruins no estado em outras ocasiões, queria que a primeira votação do partido fosse na Carolina do Sul, estado onde há maior percentual de negros e latinos.
O presidente forçou o Comitê Nacional Democrata (DNC) a considerar a primeira primária válida como a da Carolina do Sul, em 3 de fevereiro, mas o comitê estadual do partido decidiu fazer a votação mesmo assim nesta terça. Uma lei estadual de New Hampshire determina que o estado deve ser o primeiro a realizar primárias.
Assim, a primária democrata tem um caráter não-oficial, e não servirá para somar delegados do partido para os vencedores. A distribuição do apoio dos 24 delegados do estado será feita depois, antes da convenção nacional do partido, em agosto.
O impasse também pode beneficiar Biden: se ele perder, algo considerado muito difícil, poderá dizer que não estava oficialmente na disputa. Caso vença, poderá valorizar o fato de ter ganhado mesmo sem estar na cédula, por conta do esforço de eleitores de querer votar nele.
A disputa no partido se concentra entre o ex-presidente Donald Trump e Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul.
O terceiro nome da disputa principal, o governador Ron DeSantis, desistiu da corrida no domingo e endossou Trump.
Pesquisas mostram Trump à frente, com 52,3% das intenções de voto. Haley vem em segundo, com 36,7%, segundo compilado do site Fivethirtyeight.
Do lado democrata, o presidente Biden deve ter uma vitória tranquila. as últimas pesquisas mostram ele na faixa de 60% de preferência. Seu principal rival, o deputado Dean Philips, aparece com percentuais entre 10% e 32% de preferência.
Além dos dois, a escritora Marianne Williamson também está na disputa, com percentuais baixos de preferência.
Neste primeiro semestre, os dois partidos fazem votações para escolher seus candidatos, que serão confirmados em convenções em julho e agosto.
A partir de agosto, a campanha entre os dois candidatos finais começa pra valer. O dia de votação presidencial está marcado para 5 de novembro.