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Quatro palestinos e um soldado israelense são mortos em Gaza

Os ataques desta sexta-feira, 20, acontecem em um contexto de novas manifestações perto da fronteira que separa Israel de Gaza

Faixa de Gaza: dois palestinos morreram no sul da região, em bombardeios israelenses contra um posto de observação do Hamas (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Faixa de Gaza: dois palestinos morreram no sul da região, em bombardeios israelenses contra um posto de observação do Hamas (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de julho de 2018 às 18h48.

Última atualização em 20 de julho de 2018 às 20h09.

Quatro palestinos, incluindo três "combatentes" do movimento islamita Hamas, e um soldado israelense foram mortos nesta nesta sexta-feira em Gaza em uma escalada da violência na região. Em meio à tensão, a ONU emitiu uma nota contra uma nova guerra.

O céu de Gaza ficou cheio de bolas de fogo e espessas nuvens de fumaça após uma série de bombardeios israelenses, que continuavam durante a noite, segundo correspondentes da AFP.

O enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, pediu moderação a Israel e ao Hamas.

"Todos na Faixa de Gaza devem se afastar do precipício. Não na próxima semana. Não, amanhã. IMEDIATAMENTE", escreveu Mladenov em sua conta Twitter. "Os que querem provocar uma guerra entre palestinos e israelenses não devem conseguir isso", acrescentou.

Israel e Hamas se enfrentaram em tres guerras desde 2008.

Os ataques desta sexta-feira acontecem em um contexto de novas manifestações perto da fronteira que separa Israel de Gaza, em protesto ao bloqueio que Israel impõe ao território palestino.

O exército israelense, que garante ter sido alvo de disparos contra seus soldados em "violentos distúrbios ao longo da cerca de segurança" entre Gaza e Israel, afirmou que seus tanques e aviões responderam bombardeando "alvos militares em toda Faixa de Gaza" e acusou o Hamas de ter escolhido a "escalada".

À noite (horário local), foram disparados três foguetes de Gaza para Israel, segundo o Exército. "Se o Hamas continuar com seus disparos de foguetes, Israel reagirá com muito mais força do que eles [dirigentes do Hamas] pensam", avisou o ministro de Defesa israelense, Avigdor Lieberman.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu nesta sexta-feira à noite com o chefe do Estado Maior, o geral Gadi Eisenkot, e com Lieberman no ministério da Defesa.

Dois palestinos morreram perto de Jan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em bombardeios israelenses contra um posto de observação do Hamas, segundo fontes de segurança e do ministério de Saúde de Gaza. Um terceiro palestino foi abatido em um bombardeio em Rafah, também no sul da Faixa de Gaza, acrescentou o ministério.

O braço militar do Hamas afirmou em um comunicado que esses três palestinos eram "combatentes" membros dessa organização.

Um quarto dos palestinos morreu por disparos de soldados israelenses cerca da zona fronteiriça a leste da cidade de Gaza, segundo o ministério de Saúde.

Além dos palestinos, um soldado israelense morreu por disparos durante a operação, anunciou o Exército israelense em comunicado.

"Em um incidente, um grupo de terroristas disparou contra soldados israelenses. Um deles foi gravemente atingido e morreu por conta dos ferimentos", acrescentou o Exército.

Desde o dia 30 de março, os palestinos protestam regularmente na zona fronteiriça para denunciar o bloqueio imposto pelas autoridades israelenses a Gaza e exigir o retorno dos refugiados palestinos expulsos da Palestina em 1948 com a criação do Estado de Israel.

Pelo menos 149 palestinos foram mortos pelo exército israelense e mais de 4.000 ficaram feridos por tiros desde então.

Ameaças de guerra

Israel se incomodou especialmente nos últimos tempos pelos morteiros e as bolas incendiárias que, segundo o governo hebreu, foram lançados por centenas de manifestantes de Gaza.

No último fim de semana, Israel e Hamas viveram o confronto mais expressivo desde a guerra travada em 2014. Israel realizou dezenas de ataques aéreos em resposta aos projetis incendiários e matou dois adolescentes palestinos. Depois disso, foram lançados cerca de 200 foguetes e obuses do enclave em direção a Israel.

O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, ameaçou, em várias ocasiões nos últimos dias, ordenar uma operação de grande envergadura na Faixa de Gaza caso o Hamas não cesse o lançamento de morteiros e bolas incendiárias.

Bloqueio reforçado

Além disso, Israel reforçou nesta semana o bloqueio sobre a Faixa de Gaza.

O ministério da Defesa suspendeu neste domingo os abastecimentos de combustível e de gás por Karem Shalom, o único ponto de passagem de mercadorias entre Israel e esse território palestino.

Na semana pasada, Israel anunciou que fecharia esse ponto de passagem para várias mercadorias, o que o Hamas - que governa no enclave - classificou de "crime contra a humanidade".

Israel reduziu a zona marítima aberta aos pescadores de Gaza.

Há mais de dez anos, o enclave palestino situado entre Israel, Egito e o mar Mediterrâneo está submetido a um rigoroso bloqueio terrestre, marítimo e aéreo imposto por Israel.

O reforço desse bloqueio intensifica a pressão sobre Hamas em um território em que cerca de 80% dos dois milhões de habitantes dependem da ajuda humanitária, segundo o Banco Mundial.

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