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Quatro de cada 10 franceses a se juntar ao EI são mulheres

Dos 315 franceses que no ano passado decidiram ir para a chamada "guerra santa" (jihad), 140 foram mulheres


	Estado Islâmico:"Não estão especialmente seduzidas pelo combate em si, mas pelo aspecto matrimonial"
 (Reuters)

Estado Islâmico:"Não estão especialmente seduzidas pelo combate em si, mas pelo aspecto matrimonial" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 10h39.

Paris - Quatro de cada dez franceses que em 2015 partiram para Síria ou Iraque para se unir às fileiras do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), revelou nesta quarta-feira a emissora "BFM TV", segundo a qual costumam ser jovens, doutrinadas através da internet.

Dos 315 franceses que no ano passado decidiram ir para a chamada "guerra santa" (jihad), 69 a menos que em 2014, 140 foram mulheres, 40 a mais que no ano anterior.

No total, calcula-se que 220 francesas integram a organização terrorista, das cerca de 600 pessoas que compõem o contingente francês desse grupo.

"Não estão especialmente seduzidas pelo combate em si, mas pelo aspecto matrimonial, ou seja, encontrar um marido que elas imaginam confiável, seguro", explica o psicanalista e especialista em jihadismo Patrick Amoyel.

Esse fenômeno não é novo mas, segundo o canal, acelerou em 2015, especialmente através dos atentados, nos quais emergiram figuras femininas ou foram destacadas na propaganda do EI, suscitando "novas vocações".

Um exemplo é Hasna Aitboulahcen, prima do suposto cérebro dos ataques de meados de novembro em Paris, Abdelhamid Abaaoud, que ajudou os terroristas a encontrarem um apartamento para se refugiar e faleceu no ataque policial a esse apartamento em Saint-Denis, aos arredores da capital.

O autor do livro "Jihad Academy", Nicolas Hénin, explicou à "BFM TV" que o EI recruta afirmando que a França "humilha" essas pessoas e que o grupo vai "restabelecer seu orgulho" pondo o país "de joelhos", o que reforça o atrativo dessa organização.

A divulgação hoje desses números coincide com a realização em Paris de uma reunião ministerial na qual as titulares de Defesa dos sete principais países da coalizão militar contra o EI vão examinar a forma da ofensiva e a forma de intensificá-la.

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