Com 2,3 milhões de pessoas na prisão, os EUA têm a taxa de encarceramento mais alta do mundo (Ali al-Saadi/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2012 às 19h54.
Washington - Mais de 5,85 milhões de cidadãos americanos estão privados do voto neste dia de eleição nacional porque foram condenados por delitos, e permanecem sem direito ao ato, embora tenham cumprido suas sentenças.
De acordo com ProCon.org, um site de internet que se ocupa da privação do voto, 47% deles cometeram delitos violentos, 17% cometeu delitos contra a propriedade e 22% delitos vinculados com as drogas.
Cada um dos 50 estados tem suas próprias leis que variam desde Vermont e Maine, que ainda permitem o voto dos delinquentes na prisão, a outros nove estados que restringem de maneira permanente o voto dos delinquentes.
''Quem propõe a restauração do direito de voto sustenta que os delinquentes que pagaram sua dívida com a sociedade tendo completado suas sentenças, deveriam recuperar todos seus direitos e privilégios'', acrescenta o site.
Além disso, os que se opõem à privação do voto nesses casos acrescentam que as leis que impedem o sufrágio são injustas, antidemocráticas e respondem a motivos políticos ou raciais.
Por sua vez, os partidários dessa restrição argumentam que é similar às que limitam o voto por razões de idade, domicílio, saúde mental, ou às leis que impedem que quem tenha cometido crimes violentos adquiram armas, ou quem cometeu abusos sexuais se aproximem das escolas.
Com 2,3 milhões de pessoas na prisão, os EUA têm a taxa de encarceramento mais alta do mundo: 743 pessoas por cada 100 mil habitantes, seguido pela Rússia com 577 presos por cada 100 mil habitantes.
Por sua vez, quase três décadas de endurecimento das penas por delitos vinculados às drogas multiplicou a proporção de jovens e mulheres jovens que vão para a prisão.
Embora os negros sejam cerca de 12% da população do país, são quase 40% dos reclusos nas prisões, e os hispânicos que somam 14% da população geral, são 21% da população carcerária.
Uma vez cumpridas as sentenças, milhões de negros e hispânicos ficam privados do direito a voto, hoje exercido por mais de 160 milhões de cidadãos.