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Quase 30 palestinos morrem em Gaza

O ministro da Saúde do Governo do Hamas em Gaza, Moufid Mujalalati, disse que 24 pessoas morreram, entre elas 12 civis


	Soldados israelenses lançam míssil contra a Faixa de Gaza em mais um dia de conflitos na região
 (Amir Cohen/Reuters)

Soldados israelenses lançam míssil contra a Faixa de Gaza em mais um dia de conflitos na região (Amir Cohen/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 20h01.

Cidade de Gaza - A ofensiva israelense na Faixa de Gaza completou nesta sexta-feira seu terceiro dia com a morte, até agora, de 29 palestinos e três israelenses em meio a sinais de uma iminente invasão terrestre, após o Governo israelense ter ordenado a mobilização de 75 mil reservistas.

O ministro da Saúde do Governo do Hamas em Gaza, Moufid Mujalalati, disse a jornalistas no hospital de Shifa que 24 pessoas morreram, entre elas 12 civis: sete crianças, duas mulheres (uma delas grávida) e três idosos.

Posteriormente, o Exército israelense matou um líder da milícia do Hamas, dois irmãos dele e um vizinho em um ataque aéreo no centro de Gaza, além de um homem em uma moto, o que eleva para 29 o número de palestinos mortos por fogo israelense desde quarta-feira.

Nesta sexta-feira, a Força Aérea israelense realizou 238 bombardeios na Faixa de Gaza. Segundo dados divulgados por Mujalalati, mais de 250 pessoas ficaram feridas desde o começo da ofensiva, entre elas 70 mulheres e crianças.

O ministro afirmou que os hospitais da faixa começam a sofrer com escassez de suprimentos médicos e pediu aos países árabes que sigam o exemplo do Egito e ajudem os palestinos.

O primeiro-ministro egípcio, Hisham Qandil, chegou hoje em visita oficial a Gaza para mostrar sua solidariedade com o território e, para sábado, é esperada a chegada do ministro de Relações Exteriores da Tunísia, Rafik Abdel Salam.

Durante a estada de Qandil na faixa, as duas partes deveriam ter mantido um cessar-fogo de três horas, que não foi respeitado por nenhuma delas.

Ao longo do dia, o estrondo de bombas e os assobios dos foguetes foi constante. Nas ruas da cidade de Gaza, poucos carros circulavam, número que aumentou ao anoitecer.


As milícias dispararam ao redor de 200 foguetes, a metade deles foi interceptada pelo sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro, segundo dados do Exército israelense.

Na Cidade de Gaza, longas filas se formavam nos postos de gasolina onde, além de reabastecer os carros, pedestres corriam para encher vasilhas para abastecer geradores elétricos.

Também era possível ver homens com botijões de gás ou bolsas cheias de pão para levar para casa.

Os milicianos do Hamas, habitualmente muito presentes nas ruas da faixa, estavam ausentes e pessoas armadas não eram vistas.

As emissoras locais tocavam canções religiosas e mensagens nacionalistas, além de notícias de triunfo sobre supostos atos dos milicianos.

Muitos palestinos receberam nas ruas com gritos de ''Alahu Akbar (Deus é Grande)'' o anúncio do Hamas de que seu braço armado, as Brigadas de Izz al-Din Al Qassam, tinha derrubado com um míssil terra-ar um avião militar israelense F-16 que sobrevoava a Faixa de Gaza, desmentido pouco depois pelo Exército israelense.

Outro motivo de comemoração nas ruas de Gaza foi a notícia de que um foguete lançado a partir da faixa tinha atingido as redondezas de Jerusalém.

O projétil foi um míssil Fajr-5, que caiu em uma área despovoada do assentamento judaico de Gush Etsion, na Cisjordânia ocupada e nas proximidades de Jerusalém.


No hospital de Shifa, o maior de Gaza, dezenas de palestinos esperavam notícias de parentes ou amigos feridos nos bombardeios israelenses.

''Desde que tudo começou, recebemos 215 feridos. A cada 15 minutos, chega uma ambulância. Hoje chegaram 60, é um gotejamento contínuo. E todos são civis. Eu não vi chegar nem um só miliciano. Por que atacam civis? Por que matam crianças?'', disse à Efe o diretor médico do hospital, Ayman Sahabani.

Sahabani afirmou que hoje receberam em Shifa o corpo de um menor de dois anos com ferimentos provocados por explosivo e, ontem, uma menina de seis anos com a cabeça destroçada.

''Se continuar a agressão por mais de dois dias, não sei como atenderemos os pacientes. Começaremos a ter escassez de remédios. Nosso problema agora é o fornecimento de eletricidade. A eletricidade acaba a cada oito horas e os geradores não são estáveis, por isso prejudicam os equipamentos médicos'', explicou.

A partir do começo da noite, fora dos cafés e restaurantes se reúnem pequenos grupos de homens que escutam rádio e conversam sobre a situação.

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