Criança palestina do lado de fora de tenda de campo de refugiados em al-Hol, na região síria de Hasaka (.)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2010 às 10h54.
Genebra - Um total de 172.300 refugiados que não podem permanecer nos países que os acolheram por razões de segurança deverão ser novamente instalados em um terceiro país em 2011, segundo um estudo do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) publicado nesta segunda-feira.
"A maioria dos refugiados conseguem voltar para seus países ou se instalam naqueles em que foram recebidos. Mas para alguns deles - 172.300, segundo as previsões para 2011 - não há possibilidade de retorno para seu país nem de integração no país que os acolheu por razões de segurança, de religião ou de integração social", explicou à AFP um porta-voz do ACNUR, André Mahecic.
Segundo o estudo do ACNUR, os iraquianos e os birmaneses são os refugiados mais numerosos que tentaram se integrar num terceiro país.
"Estas pessoas muito vulneráveis necessitam encontrar um lugar para viver. A reinstalação em um terceiro país é a única solução", acrescentou, citando o exemplo de alguns refugiados que, depois de terem fugido para a Síria e a Jordânia, tiveram de se instalar em outro país pois se sentem ameaçados devido a sua etnia.
Segundo as previsões do ACNUR, 40.000 refugiados (dos 172.300) não deverão encontrar um lugar de acolhida em 2011.
As atividades de reinstalação dos refugiados continuam enfrentando o fato de que existem poucos países (24, segundo o ACNUR) que recebem refugiados e que estes países fixaram cotas anuais de admissão.
A organização da ONU pede aos países que se abram mais para os refugiados e considerem elevar suas cotas de admissão.
Para tratar desse tema, de 6 a 8 de julho, em Genebra, o ACNUR organizará consultas tripartites, reunindo representantes dos governos e das organizações não-governamentais.
Em 2009, o ACNUR contabilizou 15,2 milhões de refugiados no mundo.