Mundo

Quase 2 mil mortos em 5 meses de bombardeios em Alepo

Quase 2.000 civis, incluindo mais de 500 crianças, morreram desde o início do ano nos ataques aéreos do exército sírio contra a cidade, diz ONG

Edifícios destruídos na Síria: Aleppo está devastada por mais de 3 anos de conflito (Baraa al-Halabi/AFP)

Edifícios destruídos na Síria: Aleppo está devastada por mais de 3 anos de conflito (Baraa al-Halabi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 14h40.

Damasco - Quase 2.000 civis, incluindo mais de 500 crianças, morreram desde o início do ano nos ataques aéreos do exército sírio contra a província de Alepo, norte do país, cuja capital o regime de Bashar al-Assad tenta retomar dos rebeldes a qualquer preço.

A ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) apresentou o balanço, que mostra o alcance da tragédia humana da guerra na Síria, a quatro dias da polêmica eleição presidencial, que tem vitória garantida para Assad.

"Desde janeiro e até 29 de maio, 1.963 pessoas morreram em consequência dos barris de explosivos e das bombas lançadas pela Aeronáutica, incluindo 567 crianças e 283 mulheres", afirma a ONG, que tem uma rede de fontes civis, médicas e militares.

Alepo, antiga capital econômica do país, devastada por mais de três anos de guerra, está dividida desde julho de 2012 e os bairros hostis ao regime de Bashar al-Assad são alvos desde dezembro de uma ofensiva do exército com bombardeios diários.

Os bombardeios, realizados geralmente por helicópteros que lançam barris de explosivos carregados de TNT, provocaram a fuga de milhares de pessoas e deixaram a cidade em ruínas.

Os barris, sem o óleo, gás ou água, são transformados em bombas com poderosos explosivos e pequenos objetos para aumentar o efeito de fragmentação

O uso de barris de explosivos foi condenado pela ONU, que denunciou o "efeito devastador". O governo dos Estados Unidos considera a ação uma "barbárie".

Os militantes contrários ao governo acusaram, no entanto, a comunidade internacional de permanecer de braços cruzados diante do "massacre".

"O presidente Assad está falando de eleições, mas a única campanha que os habitantes de Alepo conhecem é a militar", afirmou organização internacional de defesa dos direitos humanos Human Right Watch em abril.

A eleição presidencial de 3 de junho, que a oposição chama de "farsa", acontecerá nas regiões sob controle das forças do regime, que busca reforçar a posição de Assad na guerra que deseja ganhar a qualquer preço.

O comandante do Exército Sírio Livre (ESL, rebelde), general Abdelilah al Bashir, pediu na quinta-feira um boicote à votação e chamou o regime de "criminoso".

Nos últimos meses, as forças de Assad avançaram, favorecidas pela luta interna na oposição entre rebeldes e jihadistas, ao assumir o controle da parte antiga de Homs, após um cerco de dois anos.

A oposição controla parte significativa do território nas regiões norte e leste do país, mas o regime vence a partida graças ao poderio militar e aos combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah, entre outros.

Diante da comunidade internacional dividida sobre como dar fim ao banho de sangue, as partes beligerantes estão dispostas a lutar até o fim na guerra, que deixou 162.000 mortos, nove milhões de deslocados e um país destruído em três anos.

Acompanhe tudo sobre:CriançasMortesONGsSíria

Mais de Mundo

Califórnia promete intervir se Trump eliminar incentivos fiscais a veículos elétricos

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais