Alasca: entenda a história do território (BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/Getty Images)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 15 de agosto de 2025 às 12h42.
Última atualização em 15 de agosto de 2025 às 14h05.
O Alasca é oficialmente um estado dos Estados Unidos da América, o 49º da federação, com status reconhecido desde 3 de janeiro de 1959.
Hoje, quem exerce soberania, administra, legisla e legisla sobre esse território extenso de mais de 1,7 milhão de km² é o governo dos EUA, sendo um dos estados mais ricos em recursos naturais e estrategicamente localizado no extremo noroeste da América do Norte.
Antes de passar para o controle dos Estados Unidos, o Alasca era território do Império Russo. Os trânsitos para colonizar a região no século 18, principalmente para estabelecer bases comerciais. No entanto, a região era difícil de administrar, distante do centro do império, de baixa rentabilidade e militarmente vulnerável.
O czar Alexandre II, preocupado com os problemas financeiros do império e com a ameaça crescente do Reino Unido, que dominava o Canadá e poderia facilmente conquistar a região em caso de conflito, decidiu vender o Alasca. A venda também visava fortalecer diplomaticamente os Estados Unidos, um aliado em potencial contra o Reino Unido.
A negociação foi conduzida pelo diplomata russo Eduard de Stoeckl e pelo secretário de Estado americano William H. Seward . O acordo foi fechado em 30 de março de 1867.
Por um montante de US$ 7,2 milhões (equivalente a cerca de US$ 152 milhões em valores atuais), os Estados Unidos adquiriram aproximadamente 1,7 milhão de km². O pagamento correspondia a cerca de 5 centavos por hectare, valor que foi duramente criticado na época e ridicularizado como "A Loucura de Seward", pois muitos americanos acreditavam que o Alasca era um território inútil.
A transferência formal do território ocorreu em 18 de outubro de 1867, ocasião em que a bandeira dos Estados Unidos foi apressada pela primeira vez na cidade de Sitka, então capital do distrito do Alasca e sede da administração russa. Militares americanos tomaram oficialmente posse do território enquanto a maioria dos russos retornava para a Rússia.
Área: com cerca de 1,7 milhão de km², o Alasca é o maior estado americano em extensão territorial, superando numerosos países e equivalente a quase três vezes o tamanho da França. É maior que a soma dos três próximos maiores estados americanos: Texas, Califórnia e Montana.
População (2024): aproximadamente 740 mil habitantes, com uma população específica indígena nativa que representa cerca de 120 mil pessoas, mantendo tradições culturais e direitos reconhecidos pelo governo.
PIB (2024): cerca de US$ 54,9 bilhões, fortemente baseado na extração de petróleo, gás natural, mineração, pesca e turismo, que são pilares da economia local.
Recursos naturais: grandes reservas de ouro foram descobertas a partir da década de 1890, gerando uma verdadeira corrida do ouro que atraiu milhares à região. No século 20, o Alasca revelou vastos campos de petróleo — a descoberta de reservas na região do Prudhoe Bay, em 1968, foi um marco que impulsionou a economia e tornou o estado vital para o fornecimento de energia dos Estados Unidos.
Nos primeiros anos após a compra, o governo americano mostrou pouco interesse direto na administração local, que foi frequentemente ignorado até a criação de uma administração territorial formal em 1884. A região manteve pouca população e infraestrutura limitada enquanto os recursos naturais não geraram grande fluxo de pessoas.
A corrida do ouro, iniciada nos anos 1890, quase dobrou a população local em apenas uma década, passando de cerca de 33 mil em 1890 para 63 mil em 1900.
No século 20, a Segunda Guerra Mundial destacou a importância estratégica do Alasca, especialmente após a invasão das Ilhas Aleutas pelos japoneses em 1942 — um dos únicos territórios americanos a sofrer uma invasão direta.
O terreno estratégico levou os Estados Unidos a construir bases militares importantes, impulsionando o desenvolvimento da região.
Após a guerra, muitos soldados decidiram permanecer no Alasca, aumentando a população e a pressão política para que o território alcançasse o status de estado da federação americana.
Em 1958, o Congresso dos EUA aprovou a criação do estado do Alasca, oficializada em 3 de janeiro de 1959 , quando o presidente Dwight D. Eisenhower assinou uma emenda constitucional que o tornou o 49º estado americano.
O Alasca é um estado integrante dos Estados Unidos, exercendo todos os poderes de governo — Executivo, Legislativo e Judiciário. A soberania americana sobre o território é irreversível e reconhecida internacionalmente, sustentada pelos tratados históricos e pela legislação federal.
Sua importância estratégica atual é focada em sua localização geográfica próxima à Rússia, no estreito de Bering, tornando-o uma peça-chave para questões de defesa nacional, segurança e controle do Ártico. Além disso, o Alasca desempenha papel crucial na economia americana, especialmente na produção de energia (petróleo e gás) e recursos naturais.