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Pyongyang: Seul e EUA deixam península à beira da guerra

Durante a madrugada, Coreia do Norte teria efetuado um exercício com disparos de artilharia no Mar Amarelo

Exército sul-coreano: Pyongyang acusa Seul de ser marionete bélica dos EUA (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Exército sul-coreano: Pyongyang acusa Seul de ser marionete bélica dos EUA (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 14h09.

Seul - A Coreia do Norte efetuou aparentemente nesta sexta-feira um exercício com disparos de artilharia no Mar Amarelo, depois de afirmar que as manobras navais conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos deixam a península coreana "à beira da guerra".

Sons de explosões procedentes da Coreia do Norte foram ouvidos em vários momentos entre 12H00 e 15H00 (0H00-3H00 de Brasília), perto da ilha de Yeonpyeong, bombardeada na terça-feira por Pyongyang e que provocou quatro mortes.

"Acreditamos que a Coreia do Norte realizou um exercício de artilharia", disse uma fonte do ministério sul-coreano da Defesa.

Segundo o canal de televisão YTN, os poucos moradores da ilha Yeonpyeong que permaneceram no local correram para os abrigos.

Pela primeira vez desde a guerra da Coreia (1950-1953), a Coreia do Norte bombardeou uma zona habitada por civis da Coreia do Sul. Os disparos, que deixaram quatro mortos e 20 feridos, provocaram uma resposta do Exército sul-coreano.

Os exercícios navais conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos começam no próximo domingo no Mar Amarelo, com a presença do porta-aviões "George Washington".

"As manobras militares dos imperialistas americanos e de suas marionetes belicistas sul-coreanas são direcionadas contra a Coreia do Norte", denunciou o regime comunista norte-coreano.

"A situação na península coreana está à beira da guerra em consequência do projeto imprudente destes fanáticos do gatilho", acrescenta o comunicado oficial norte-coreano.


Neste clima de tensão, a China - único aliado de Pyongyang - fez uma advertência contra os exercícios aeronavais de Estados Unidos e Coreia do Sul, que devem acontecer na zona econômica exclusiva de Pequim.

"Somos contrários a qualquer ação militar não autorizada dentro da zona econômica exclusiva da China", declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hong Lei.

"A situação atual na península coreana é complicada e sensível, todas as partes devem mostrar moderação, trabalhar a favor da distensão, da manutenção da paz e da estabilidade da península, e não o contrário", completou.

Seul prometeu responder de maneira mais firme no caso de nova agressão armada da Coreia do Norte, depois de uma revisão completa de sua política de resposta militar, até agora considerada muito passiva.

Para executar a tarefa, o presidente sul-coreano Lee Myung-Bak nomeou como novo ministro da Defesa Kim Kwan-Jin, 61 anos, ex-comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, famoso pelo pulso firme de comando e pela experiência como estrategista militar.

Kim terá como missão "responder de maneira rápida e firme a atual situação de crise e restaurar a confiança da população no Exército, afirmou Hong Sang-Pyo, conselheiro presidencial.

O novo ministro da Defesa vai supervisionar o grande reforço prometido por Lee aos militares nas ilhas sul-coreanas do Mar Amarelo.

A imprensa sul-coreana criticou nesta sexta-feira a neutralidade conciliadora da China.

"A retórica ambígua de Pequim evidencia a sensação geral de que Pequim prefere o status quo à paz na península coreana", afirma o editorial do jornal Korea Times.

A China não condenou o bombardeio norte-coreano e se limitou a manifestar pesar pela perda de vidas humanas.

"A Rússia e outros países condenaram com prontidão o ataque. Por que a China reage de forma diferente diante do mesmo fato?", questiona o Korea Times.

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