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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
Rio de Janeiro - O Partido Verde (PV) deve proclamar amanhã Marina Silva candidata a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência do Brasil e única alternativa ao binômio José Serra e Dilma Rousseff.
Marina, historiadora de 52 anos, senadora e ex-ministra do Meio Ambiente no gabinete de Lula, será proclamada candidata oficial do Partido Verde em um grande ato em que espera romper como um quadro dominado até agora pelos candidatos dos PSDB e PT.
A líder ecologista aparece por enquanto como terceira opção nas pesquisas, com 10% dos votos, contra 38% de Serra e 27% de Rousseff, segundo a última pesquisa divulgada mês passado pelo instituto Datafolha, de cara ao pleito.
Marina entrou no PV em agosto de 2009, quase não duas semanas após deixar o PT e um ano após sua saída voluntária do Governo, motivada por suas divergências com o Ministério de Presidência, então dirigido por Rousseff, por seu impulso à construção de grandes represas na floresta amazônica.
Reconhecida internacionalmente por sua defesa incondicional do meio ambiente, Marina entrou na política pelas mãos de Chico Mendes, um dos precursores da preservação da Amazônia, assassinado em 1988.
Ela nasceu em um remoto povoado no meio do estado do Acre e sempre esteve vinculada à defesa do ecossistema da região e sofreu o mal da contaminação em sua própria pele, ao adoecer pelo mercúrio usado pelos mineiros ilegais na Amazônia para a extração de ouro nos rios.
O ato do lançamento da campanha será realizado em uma enorme boate em Nova Iguaçú, cidade na área metropolitana do Rio de Janeiro, uma região que o PV considera um possível celeiro de votos.
O PV escolheu este cenário pelo paralelismo da população da zona com o perfil de Silva, de origem humilde, trabalhadora e evangélica, um credo religioso com muitos fiéis na periferia das grandes cidades brasileiras