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Putin vai a Roma puxar Itália para sua zona de influência

Primeiro-ministro italiano é um aliado importante da Rússia e tem defendido publicamente que o país possa integrar novamente o G7

Vladimir Putin: em viagem de um dia a Roma, presidente russo deverá se encontrar com líderes do governo da Itália e com o papa Francisco (Maxim Shipenkov/Reuters)

Vladimir Putin: em viagem de um dia a Roma, presidente russo deverá se encontrar com líderes do governo da Itália e com o papa Francisco (Maxim Shipenkov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2019 às 06h25.

Última atualização em 4 de julho de 2019 às 07h14.

Vladimir Putin quer cultivar o relacionamento russo com o governo italiano. O presidente da Rússia faz visita de um dia nesta quinta-feira, 4, a Roma, para tentar estreitar laços com a administração do primeiro-ministro Giuseppe Conte, que adota uma postura anti-establishment no ocidente, de afastamento da União Europeia e de aproximação com os países do leste do continente.

Putin se encontrará também com o papa Francisco, com que já se reuniu em outras duas ocasiões. A Igreja Católica confirmou a visita e indicou que, assim como em 2015, o presidente russo e o papa deverão conversar principalmente sobre o conflito na Ucrânia.

Ao longo do dia, Putin será acompanhado por Conte e o presidente italiano, Sergio Mattarella. “Fui agraciado com uma oportunidade para retribuir a hospitalidade do presidente Putin. Eu fui recebido de forma muito calorosa em Moscou em outubro do ano passado. Vamos discutir nossas relações bilaterais e como fortalecê-las”, disse o primeiro-ministro italiano.

Conte é um aliado importante da Rússia e tem defendido publicamente que o país possa integrar novamente o G7, depois de sua saída em 2014 como sanção pela anexação da Crimeia. Ainda que tenham um discurso pró-Moscou, os políticos italianos não usaram o poder de veto do país para remover as sanções europeias contra a Rússia. O governo preferiu manter o relacionamento com os russos e ressaltar os benefícios que os países europeus teriam se voltassem a negociar ativamente com a Rússia.

Em paralelo, os italianos tentam balancear os acenos aos russos com a manutenção do relacionamento com os Estados Unidos. No mês passado, Matteo Salvini, vice-premier italiano, do partido de ultra-direita A Liga, visitou Washington e foi elogiado por Trump por sua política dura em relação à imigração.

Mesmo antes deste governo de direita vir ao poder, Putin mantém uma proximidade com Roma. O presidente russo tirou férias na região de Sardenha com o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Seu sucessor, Enrico Letta, também foi à abertura dos Jogos Olímpicos de inverno em 2014 em Sochi, ainda que grandes lideranças ocidentais estivessem boicotando o evento devido às leis anti-LGBTs do país.

Com a visita, a Itália espera se consolidar como aliada ocidental dos russos. Já Putin quer estabelecer a Rússia novamente como potência global e, possivelmente, conseguir um apoio mais firme para a retirada das sanções da União Europeia contra seu país.

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