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Putin se esforçou para interferir em eleições dos EUA, diz Cheney

Segundo o ex-presidente americano, a interferência russa nas eleições de novembro pode ter sido um "ato de guerra"

Dick Cheney: tanto a Câmara dos Representantes como o Senado dos EUA investigam as supostas tentativas de influência (Mark Wilson/AFP)

Dick Cheney: tanto a Câmara dos Representantes como o Senado dos EUA investigam as supostas tentativas de influência (Mark Wilson/AFP)

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EFE

Publicado em 28 de março de 2017 às 11h30.

Washington - O ex-vice-presidente americano Dick Cheney acredita que a suposta ingerência russa nas eleições de novembro nos EUA pode ter sido um "ato de guerra" e, além disso, não duvida que houve "um esforço muito grande" por parte do líder do Kremlin, Vladimir Putin, para interferir nesse processo.

"Não há dúvidas de que houve um esforço muito grande do senhor (Vladimir) Putin e seu governo, sua organização, para interferir de maneira grave em nossos básicos processos democráticos fundamentais", sustentou Cheney durante um discurso pronunciado na segunda-feira em Nova Délhi e reproduzido hoje por vários veículos de imprensa dos EUA

Segundo Cheney, "em algumas partes, isso seria considerado um ato de guerra".

"Acredito que é um tipo de conduta e atividade que veremos no futuro. Sabemos que ele (Putin) tentou previamente em outros Estados dos países Bálticos", acrescentou o ex-vice-presidente sobre a suposta ingerência russa nas eleições dos EUA, vencidas pelo agora presidente, Donald Trump, contra a candidata democrata, Hillary Clinton.

Tanto a Câmara dos Representantes como o Senado dos EUA investigam as supostas tentativas de Moscou de influenciar nessas eleições, assim como os supostos vínculos da campanha de Trump com o Kremlin.

Em uma série de mensagens publicadas na noite de segunda-feira em sua conta pessoal do Twitter, Trump sustentou que as acusações sobre seus supostos vínculos com a Rússia são uma "patranha" e disse que o Congresso deveria investigar o casal formado por Bill e Hillary Clinton, e não a ele.

As investigações sobre esses supostos vínculos com a Rússia chegam ao círculo mais próximo de Trump, concretamente seu genro e assessor, Jared Kushner.

A Casa Branca antecipou que Kushner testemunhará "voluntariamente" sobre seus contatos com funcionários russos perante a Comissão de Inteligência do Senado.

Na semana passada, o diretor do FBI, James Comey, confirmou que desde julho essa agência está investigando as supostas tentativas da Rússia de influenciar nas eleições.

Para complicar mais as coisas, Trump afirmou no início de março que o ex-presidente Barack Obama ordenou interceptar suas comunicações na Torre Trump de Nova York, uma acusação da qual não há provas.

O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, o republicano Devin Nunes, levantou ainda mais polêmica quando afirmou na semana passada que tinha informado a Trump sobre a possibilidade de que suas comunicações tenham sido interceptadas de maneira indireta.

Mas Nunes não revelou de onde obteve essa informação, além de dizer que a recebeu de uma fonte anônima dentro do complexo da Casa Branca, o que despertou dúvidas sobre sua independência entre legisladores democratas e também republicanos.

Vários congressistas democratas já pediram a Nunes que se afaste da investigação sobre a Rússia realizada pelo comitê que ele preside.

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