Kiev/Ulan Bator - O presidente russo, Vladimir Putin, delineou planos para um cessar-fogo no leste da Ucrânia nesta quarta-feira, mas o primeiro-ministro ucraniano rejeitou a proposta, e a França expressou sua desaprovação ao apoio de Moscou aos separatistas freando a entrega de um navio de guerra.
Depois de falar com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, por telefone, Putin disse acreditar que Kiev e os separatistas pró-Rússia podem chegar a um acordo nas conversas planejadas para acontecer em Minsk, Belarus, na sexta-feira.
“Nossas visões sobre a maneira de resolver o conflito, me pareceu, são muito próximas”, declarou Putin aos repórteres durante uma visita à capital da Mongólia, Ulan Bator, descrevendo as sete etapas que propôs para garantir um desfecho para a crise.
Entre elas estão a suspensão de operações ofensivas dos separatistas, o recuo das forças ucranianas, o fim dos ataques aéreos ucranianos, a criação de corredores de ajuda humanitária, a reconstrução da infraestrutura danificada e a troca de prisioneiros.
Poroshenko indicou que a conversa com Putin injetou algum ânimo nos esforços para encerrar o conflito, que já matou mais de 2.600 pessoas desde abril, dizendo esperar que “o processo de paz finalmente comece” nas tratativas de sexta-feira e que ele e Putin alcançaram um “entendimento mútuo” sobre os passos rumo à paz.
Mas o premiê ucraniano, Arseny Yatseniuk, chamou o plano de “decepção”, às vésperas de uma cúpula da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) para discutir a Ucrânia, acrescentando com aspereza que “o verdadeiro plano de Putin é destruir a Ucrânia e restaurar a União Soviética”.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também se mostrou cauteloso, afirmando que o conflito só pode terminar se a Rússia parar de fornecer armas e soldados aos rebeldes, acusação que Moscou nega.
Em mais um sinal da desconfiança ocidental crescente e da desaprovação a Moscou por sua conduta na Ucrânia, a França declarou que não irá levar adiante a entrega já planejada do primeiro de dois porta-helicópteros Mistral à Rússia.
Moscou afirmou que a rejeição do negócio de 1,2 bilhão de euros prejudicaria mais a França do que a Rússia, e o Ministério da Defesa russo disse não ver “nenhuma tragédia” na decisão, mas o gesto deve irritar o Kremlin e ressaltar o isolamento cada vez maior da Rússia.
Cessar-Fogo
As propostas de cessar-fogo tiveram pouco impacto no leste da Ucrânia, palco dos conflitos. O bombardeio na cidade de Donetsk, controlada pelos rebeldes, continuou e colunas de fumaça foram vistas na área que inclui o aeroporto da cidade.
Líderes rebeldes disseram ter pouca fé que as forças ucranianas irão respeitar qualquer trégua nos combates.
Um cessar-fogo pode ser bem-vindo para que Poroshenko restaure a combalida economia do país e porque suas forças sofreram revezes nas últimas semanas.
O porta-voz de Putin Dmitry Peskov procurou abordar as preocupações com as propostas de trégua dizendo que elas não tratam da situação das áreas ocupadas pelos rebeldes.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)