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Putin reconhece que comandou anexação da Crimeia

Putin acrescentou que sob as ordens do comandante supremo das Forças Armadas, os militares "percebem, entendem e sabem que cumprem ordens"


	O presidente russo Vladimir Putin sobre a anexação da Crimeia: "nossa vantagem foi o fato de ter me dedicado em pessoa a este assunto"
 (Alexey Druzhinin/AFP)

O presidente russo Vladimir Putin sobre a anexação da Crimeia: "nossa vantagem foi o fato de ter me dedicado em pessoa a este assunto" (Alexey Druzhinin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 09h32.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu ter dirigido a operação militar para a "reunificação" do país com a Crimeia, mas assegurou que contava com pesquisas que indicavam que a maioria da população da península ucraniana queria se integrar à Rússia.

"Nossa vantagem foi o fato de ter me dedicado em pessoa a este assunto", disse Putin em um documentário exibido hoje pela televisão estatal russa "Rossia" sobre a "reunificação da Crimeia com a Rússia", considerada uma anexação pela Ucrânia e países do Ocidente.

Putin acrescentou que sob as ordens do comandante supremo das Forças Armadas, os militares "percebem, entendem e sabem que cumprem ordens".

O presidente russo afirmou que ordenou a anexação da Crimeia horas depois do parlamento ucraniano derrubar Yanukovich do seu cargo, uma semana antes das autoridades regionais da península se rebelarem contra Kiev e convocarem um plebiscito independentista.

Putin assegurou que tomou a decisão durante a operação das forças especiais russas para tirar Yanukovich de Donetsk, sua cidade natal, para onde fugiu de Kiev na madrugada de 22 de fevereiro de 2014.

Ao mesmo tempo, disse que a Rússia nunca teve intenção de anexar a Crimeia antes da reviravolta de poder em Kiev, mas decidiu "garantir à população da Crimeia a realização de um plebiscito", para o que entendeu ser necessário "desarmar as unidades militares do exercito ucraniano e as forças da ordem".

E para poder bloquear e desarmar 20 mil soldados ucranianos, "ordenei ao Ministério da Defesa enviar forças especiais de inteligência militar, infantaria marinha e paraquedistas, sob a aparência de unidades destinadas a reforçar a segurança de nossas instalações" militares na Crimeia, reconheceu Putin.

"Os militares ucranianos se viram em uma situação muito complicada. Não queriam o derramamento de sangue, nem servir aos usurpadores do poder, aos nacionalistas", argumentou o chefe do Kremlin em alusão às novas autoridades ucranianas, que derrubaram Yanukovich.

Em 16 de março de 2014, a Crimeia realizou um plebiscito não reconhecido por Kiev e pela comunidade internacional, no qual quase 97% dos eleitores disseram sim à reunificação com a Rússia.

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