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Putin recebe lideranças do Brics em impasse com o Ocidente

"O Brics ilustra um novo sistema multipolar de relações internacionais, demonstrando a influência crescente dos novos centros de poder", disse ministro russo


	Putin recebe Dilma em encontro do BRICs: Os laços de Moscou com os países do Brics têm sido fundamentais para a sua economia enfraquecida pelas sanções ocidentais
 (AFP / Alexander Nemenov)

Putin recebe Dilma em encontro do BRICs: Os laços de Moscou com os países do Brics têm sido fundamentais para a sua economia enfraquecida pelas sanções ocidentais (AFP / Alexander Nemenov)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2015 às 17h15.

O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu nesta quarta-feira as lideranças das potências emergentes que se reunirão em Moscou na tentativa de demonstrar que não está isolado, apesar do impasse com o Ocidente pela crise com a Ucrânia.

Para o Kremlin, o Brics - grupo de economias emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - é uma influência econômica e política crescente para transformar a hegemonia ocidental.

Os laços de Moscou com os países do Brics têm sido fundamentais para a sua economia enfraquecida pelas sanções ocidentais, entre elas a exclusão de Putin do G8 (grupo das maiores economias do mundo), que se reuniu no mês passado no formato G7.

"O Brics ilustra um novo sistema multipolar de relações internacionais, demonstrando a influência crescente dos novos centros de poder", disse o ministro russo das Relações Exteriores em um comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Realizado neste ano na cidade de Ufa, a cerca de 1.100 km de Moscou, a reunião começa na quinta-feira, depois do encontro bilateral de Putin com os outros mandatários.

"Não vou esconder que estamos muito feliz em ver nossos amigos da China", Putin disse ao presidente da China Xi Jinping.

"Estamos bem conscientes das dificuldades que temos de enfrentar na economia e na política internacional, mas juntando esforços sem dúvida vamos superar todos os problemas", completou

Putin também se encontrará com Dilma Rousseff e com os mandatários da Índia, Narendra Modi, e da África do Sul, Jacob Zuma, após um jantar com todas as lideranças do Brics.

Outra visita esperada é a do presidente iraniano Hassan Rouhani, que se encontrará com Putin depois da reunião do BRICS.

Paralelamente à cúpula do Brics, acontece também em Ufa o encontro da Organização da Cooperação de Xangai, grupo de segurança regional do qual o Irã e a Rússia fazem parte.

Os críticos afirmam que, embora o encontro com as potências emergentes seja importante para a Rússia, o Brics não é um grupo político forte em razão das divergências de agenda e prioridades.

"A reunião é uma compensação por um ano e meio de bloqueio diplomático", escreveu Alexander Gabuyev, do Carnegie Moscow Center.

"Moscou está praticamente sozinho em sua euforia pelas duas reuniões e pela emergência de novas estruturas geopolíticas".

Rússia em busca de dinheiro

Entre os resultados concretos do surgimento do Brics estão a criação de um banco Brics para financiar projetos de infraestrutura nos Estados-membros e países em desenvolvimento.

O banco, que foi lançado oficialmente terça-feira, vai começar a financiar as propostas no início do ano que vem, informou o ministro russo da Economia Anton Siluanov.

As sanções cortaram o acesso a empréstimos ocidentais para a Rússia, e Siluanov disse que as grandes empresas de petróleo, como a Rosneft, agora devem buscar financiamento no Brics.

"O banco é um instrumento para o desenvolvimento, para o crescimento econômico", disse Siluanov.

Sedento por dinheiro, o governo russo tem pedido à China que suspenda as sanções para os investidores chineses atuantes no mercado financeiro internacional.

"Temos conversado sobre a gradual suspensão de barreiras para o investimento pelas instituições financeiras chinesas... isso pode ajudar a desenvolver a economia dos dois países", completou.

Na quinta-feira, os mandatários discutirão questões regionais e globais , incluindo o conflito da Síria, a ameaça do Estado Islâmico, a crise da Grécia e as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

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