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Putin quer retomar cooperação antiterrorista com EUA e Otan

O chefe do Kremlin destacou que é importante que a cooperação entre Rússia e outros países nesse terreno alcance um "novo nível"

Vladimir Putin: o líder voltou a insistir que "não é culpa" do Kremlin que os contatos em matéria antiterrorista entre a Rússia e o Ocidente tenham sido suspensos (Alexander Zemlianichenko/Pool/Reuters)

Vladimir Putin: o líder voltou a insistir que "não é culpa" do Kremlin que os contatos em matéria antiterrorista entre a Rússia e o Ocidente tenham sido suspensos (Alexander Zemlianichenko/Pool/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 11h50.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quinta-feira que seja retomada a cooperação antiterrorista com os Estados Unidos e outros países-membros da Otan, e denunciou a existência de "exércitos de terroristas" no Oriente Médio, na África e na Ásia.

"O reatamento do diálogo com os serviços secretos dos EUA e de outros países-membros da Otan é mutuamente benéfico", disse Putin ao reunir-se com o Serviço Federal de Segurança (FSB, a antiga KGB).

O chefe do Kremlin, que mantém sobre a mesa sua proposta de criar uma ampla coalizão antiterrorista internacional, destacou hoje que é importante que a cooperação entre Rússia e outros países nesse terreno alcance um "novo nível".

"É absolutamente evidente que no âmbito antiterrorista todos os Estados e organizações internacionais responsáveis devem cooperar", ressaltou o líder russo, ao aludir concretamente à ONU e à Organização de Cooperação de Xangai, liderada pela China.

Na opinião do chefe do Kremlin, "a simples troca de informação sobre os canais e as fontes de financiamento dos terroristas e as pessoas envolvidas ou suspeitas de terrorismo aumenta consideravelmente a eficácia dos esforços conjuntos".

Além disso, Putin voltou a insistir que "não é culpa" do Kremlin que os contatos em matéria antiterrorista entre a Rússia e o Ocidente tenham sido suspensos, em alusão ao fato de EUA e Otan terem congelado os mesmos após a anexação russa da Crimeia e a interferência de Moscou no conflito na Ucrânia.

Precisamente, em seu primeiro contato telefônico, Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, coincidiram que a prioridade da cooperação bilateral deve ser coordenar a luta contra o Estado Islâmico e outros grupos jihadistas na Síria.

O presidente russo denunciou que "exércitos de terroristas" são patrocinados, seja de maneira aberta ou secreta, por diferentes governos, motivo pelo qual "prosseguem conflitos violentos em uma série de países de Oriente Médio, Ásia e África", frisou.

"No ano passado, a situação no mundo não melhorou, nem se tornou mais tranquila. Pelo contrário, muitas das ameaças vigentes aumentaram", opinou Putin.

Em particular, o chefe do Kremlin mencionou o acirramento da rivalidade entre diferentes potências mundiais e regionais, tanto no plano político, como no militar e econômico.

Putin acusou os serviços secretos estrangeiros de aumentarem suas atividades na Rússia e revelou que os ciberataques contra órgãos oficiais triplicaram em 2016 em comparação com o ano anterior.

Ao mesmo tempo, Putin acusou a Otan de aplicar uma política de contenção em relação à Rússia e lembrou que na cúpula de julho de 2016 em Varsóvia, na Polônia, seu país foi declarado "a principal ameaça para a segurança" da aliança militar do Atlântico Norte pela primeira vez desde 1989, quando ainda existia a URSS.

"Eles (Otan) nos provocam continuamente e tentam nos levar a um confronto. E não cessam as tentativas de ingerência em nossos assuntos internos a fim de desestabilizar a situação sociopolítica na Rússia", garantiu Putin.

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