Presidente russo ainda criticou a decisão tomada por vários líderes europeus de boicotar a Eurocopa (Ralph Orlowski/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2012 às 21h47.
Moscou - O primeiro-ministro e presidente eleito da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu nesta quinta-feira tratamento médico em seu país à ex-primeira-ministra e líder da oposição ucraniana, Yulia Tymoshenko, que se encontra presa e sofre de uma hérnia de disco.
''Se Tymoshenko considerar possível e as autoridades ucranianas concordarem, a receberíamos na Rússia para oferecer tratamento médico'', disse Putin, informou a agência ''Interfax''.
O presidente ainda criticou a decisão tomada por vários líderes europeus de boicotar a Eurocopa de futebol na Ucrânia devido à condenação da líder opositora e o maus-tratos sofridos supostamente por ela na prisão. ''Acho que não se pode misturar política, negócios e outros assuntos com esportes.
A respeito dos acordos de gás assinados entre Ucrânia e Rússia por Tymoshenko em 2009, que Kiev considera onerosos para a economia ucraniana e insiste em revisá-los, Putin assegurou que esses estão de acordo com as legislações dos dois países.
A imprensa ucraniana publicou na semana passada fotos de hematomas sofridos pela líder da oposição, supostamente pelas mãos de agentes penitenciários, que teriam dado um ''soco forte no estômago'' da política. Ela se encontra presa desde 2011 na cidade de Járkov.
Em contrapartida, as autoridades defendem que os funcionários agiram dentro da lei diante da recusa da presa em ser transferida a uma clínica para se submeter a reabilitação.
Devido a problemas nas costas, Tymoshenko não pôde assistir ao começo do segundo julgamento no qual é réu por suposto desvio de dinheiro e evasão de impostos. Segundo as autoridades, a líder da oposição pode ser condenada a até doze anos de prisão se for declarada culpada pelos dois crimes.
Tymoshenko completa hoje duas semanas de greve de fome em protesto contra a repressão da oposição por parte do presidente, Viktor Yanukovich.