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Putin não vê chances de relações normais com Ucrânia se ela não desistir de aderir à Otan

Presidente russo define neutralidade e não-adesão à Otan como requisitos para normalizar relações

Putin discute condições para relações com a Ucrânia, incluindo neutralidade e soberania (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)

Putin discute condições para relações com a Ucrânia, incluindo neutralidade e soberania (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 8 de novembro de 2024 às 07h27.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu nesta quinta-feira que não vê a possibilidade de relações normais com a Ucrânia enquanto o país vizinho não adotar o status de neutralidade e desistir de ingressar na Otan.

“Se não houver neutralidade, é difícil imaginar qualquer tipo de relação de boa vizinhança entre Rússia e a Ucrânia”, declarou Putin durante seu discurso no Clube de Debates Valdai, em Sochi, no Mar Negro.

Putin acrescentou que, sem essa neutralidade, “a Ucrânia será constantemente usada como um instrumento nas mãos de outros e em detrimento dos interesses da Federação Russa”.

Riscos de imprevisibilidade e apelo por um acordo de longo prazo

O presidente russo afirmou que, sem condições para a normalização das relações, a situação evoluirá de maneira imprevisível. “Nós realmente gostaríamos de evitar isso”, disse ele, ressaltando que Moscou está determinada a buscar um acordo de longo prazo para que a Ucrânia se torne um “Estado independente e soberano”.

Putin frisou que a fronteira com a Ucrânia deveria abranger os territórios que ele chamou de “territórios históricos da Rússia”. Esse conceito inclui as quatro regiões ucranianas já anexadas por Moscou — Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia —, deixando claro que a fronteira final dependeria das decisões dos cidadãos dessas regiões.

Putin descarta trégua temporária e define base das negociações

Além disso, Putin rejeitou a possibilidade de uma trégua, seja “de meia hora ou de meio ano”, que poderia permitir que o Ocidente continuasse fornecendo armas pesadas a Kiev.

Ele enfatizou que qualquer negociação de paz deveria partir da “realidade local”, ou seja, considerando os ganhos militares da Rússia e os acordos de Istambul firmados em março de 2022.

Em junho, Putin já havia estabelecido que, para que a paz fosse possível, a Ucrânia precisaria retirar suas tropas da região de Donbass e do sul do país, além de renunciar aos planos de ingresso na Otan. Essas condições, segundo ele, permitiriam que o Kremlin anunciasse um cessar-fogo imediato e iniciasse negociações de acordo.

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