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Putin insiste em solução diplomática para Coreia do Norte

O governo norte-coreano afirma que explodiu uma bomba de hidrogênio. A explosão provocou um terremoto de magnitude 6,3 na península coreana

Vladimir Putin: Para presidente russo, problema dos testes nucleares deve ser resolvido exclusivamente pela via diplomática (Lehtikuva/Martti Kainulainen/Reuters)

Vladimir Putin: Para presidente russo, problema dos testes nucleares deve ser resolvido exclusivamente pela via diplomática (Lehtikuva/Martti Kainulainen/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de setembro de 2017 às 16h00.

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, insistiu neste domingo (3) que o problema da nuclearização da Coreia do Norte deve ser resolvido exclusivamente pela via diplomática, após o sexto teste nuclear do regime de Kim Jong-un.

Em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro japonês, Sinzo Abe, Putin afirmou que "a comunidade internacional não deve deixar-se levar pelas emoções", e enfatizou que "a solução integral do problema nuclear na Península Coreana só pode ser conseguida por meios político-diplomáticos", informou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Os líderes condenaram o novo teste nuclear, que sabota o regime global de não proliferação, viola as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e as normas do direito internacional. Isto é uma autêntica ameaça à paz regional e à estabilidade", acrescentou o porta-voz do presidente russo.

Moscou, segundo Peskov, tem mais motivos de preocupação em relação ao desenvolvimento de armamento nuclear por parte do regime de Kim Jong-um do que muitos países, "porque, enquanto os Estados Unidos estão a milhares de quilômetros da Península da Coreia, o que ocorre ali está muito perto das fronteiras da Rússia".

Putin e Abe estabeleceram que vão continuar suas conversas sobre o problema da Coreia do Norte no encontro que manterão na próxima quinta-feira em Vladivostok, dentro do Fórum Econômico do Oriente que acontecerá nesta cidade do extremo leste da Rússia.

Por outro lado, Putin e o presidente chinês, Xi Jinping, "enfatizaram a importância de se evitar o caos na Península Coreana", ao mesmo tempo em que reafirmaram que é "absolutamente intolerável a nuclearização" das duas Coreias, em sua reunião na ilha de Xiamen, na China, que recebe a cúpula de líderes dos Brics.

Os dois governantes estabeleceram que vão "coordenar suas ações" na arena internacional neste e em outros assuntos, acrescentou Peskov.

O porta-voz do Kremlin insistiu que as sanções adotadas até agora na ONU contra a Coreia do Norte "não deram nenhum efeito positivo".

Meios da imprensa oficial norte-coreana anunciaram que a bomba de hidrogênio que o país testou hoje com "total sucesso" pode ser instalada em um dos seus mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, sigla em inglês), o que, se for confirmado, suporia um perigoso avanço no campo armamentista para o regime de Kim Jong-un.

A Coreia do Norte já realizou cinco testes nucleares até hoje, os dois últimos em janeiro e setembro de 2016.

A potência da detonação detectada hoje pelos órgãos de monitoramento sismológico de Coreia do Sul, Japão e China, assim como pela Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, sigla em inglês), indica que este foi um teste muito mais potente que os cinco anteriores.

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